'Perdi todos os dentes aos 21 anos e hoje sou influencer de dentadura'
A norte-americana Faith Hill, 24, começou a usar drogas quando tinha 12 anos. Primeiro, foi álcool; depois, a maconha. Aos 14, conheceu a metanfetamina, uma substância psicoativa que atua no sistema nervoso central.
A situação piorou e, aos 17 anos, a jovem começou a perder os dentes devido à dependência da droga.
"Costumava falar que nunca usaria metanfetamina. Achava nojento e uma droga muito pesada", conta Faith, que vive em Saint Louis, no estado de Missouri, nos Estados Unidos.
Em entrevista a Universa, a influenciadora digital conta como foi o processo de reabilitação, a perda dos dentes até o trabalho como influenciadora de dentaduras e implantes nas redes sociais.
'Fiquei viciada'
"Quando era muito jovem, aos 12 anos, comecei a consumir bebida alcoólica e a usar maconha. Mais para frente, aos 14, conheci a metanfetamina e fiquei viciada.
Pensava que estava no controle da situação, mas a droga começou a me controlar. Morei na rua, em hotéis e no porão de desconhecidas. Uma vez, acordei em um parque com uma faca na minha mão.
Comecei a ficar paranoica, em um estado profundo de psicose. Sentia que ficaria "presa" nesta situação para sempre.
Emagreci, fiquei desnutrida e parei de me cuidar. Passava semanas sem tomar banho. Por volta dos 17 anos, comecei a perder meus dentes. Algumas pessoas têm sonhos em que os dentes começam a cair: comigo, aquilo realmente estava acontecendo.
Eu tinha dentes lascados que se transformaram em dentes podres que só iam piorando.
Fiquei sóbria aos 21 anos e naquela época meus dentes estavam em péssimas condições. Uns 7 dentes ainda estavam na minha boca, mas fui ao dentista e eles disseram que nenhum deles poderia ser salvo.
Então, eu removi todos eles. Naquela época, não tinha emprego porque sentia vergonha de que alguém reparasse na péssima condição em que meus dentes estavam.
Depois de removê-los, fiquei completamente desdentada por cerca de 3 meses, esperando para colocar minha dentadura. Tive, inclusive, que aprender a comer sem meus dentes.
Ninguém fala sobre como fica a sua saúde mental quando você precisa passar por algo assim. Não queria um emprego que teria de falar com outras pessoas. Não queria sorrir para ninguém.
Antes de fazer a dentadura, ficava preocupada pensando se os dentes pareceriam meus. Me sentia sozinha e perdida. Pensava: 'Tenho apenas 20 e poucos anos e já uso dentaduras. Minha vida já era, ninguém vai querer sair comigo'.
Quando se está drogada, você não liga para esse tipo de coisa, mas quando fiquei sóbria, comecei a me importar.
Finalmente coloquei implantes dentários
Durante todo esse tempo, entrei e saí de reabilitação cerca de oito vezes. Na última passagem, entendi que as coisas precisavam mudar de vez. Era tudo ou nada.
Eu tive de acreditar em algo maior do que minha própria força de vontade para superar isso.
Passei a ler muitos livros de mensagens positivas e de autoajuda e comecei a investir em mim mesma para mudar as coisas. Aprendi que aqueles sentimentos de tristeza não me definiriam.
Decidi contar minha história nas redes sociais para mostrar tudo o que eu estava passando. Muitas pessoas me deram apoio e recebi muitas mensagens positivas.
Recentemente, consegui colocar meus implantes dentários, finalmente. Nunca imaginei que expor minha história nas redes sociais fosse me levar para essa vida incrível que tenho hoje.
Em post, Faith conta que já tentou suicídio
Estava no fundo do poço, desesperada, presa no meu vício. Apenas implorava por uma saída.
Naquele momento, não vi outra maneira senão acabar com tudo. Felizmente, reaprendi a viver e estou aqui para contar minha história.
Já estou sóbria há mais de 3 anos e vivo uma vida linda. Tenho tudo pelo que sempre orei e muito mais. Se você está lutando e pensa que não há saída, prometo que existe.
Se você conhecesse 'meu velho eu' há 5 anos, não acreditaria que eu era a mesma pessoa. Há tempo para mudar: a vida melhora, você só precisa ficar por aqui o tempo suficiente para ver tudo isso acontecer."
Procure ajuda
Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.