Virginia: 'Não dá pra demonstrar fraqueza na internet porque se aproveitam'
Virginia Fonseca, 24, está lançando sua primeira collab de moda em parceria com a chinesa Shein. Mergulhada no universo da beleza, a empresária, que não tem medo de arriscar, decidiu testar novos mercados.
"Não acompanho desfiles, mas gosto de estar na moda. Quando vejo que há uma tendência em alta, e que as pessoas estão usando muito, gosto de usar", diz. Sua coleção com a marca chinesa tem mais de 100 peças, de tamanhos que vão do PP ao G4. Os itens poderão ser encontrados para venda até 8 de janeiro de 2024.
A mãe das Marias —Alice, 2, e Flor, 1—, atendeu Universa muito à vontade e sem grandes produções. Engraçada e leve, conversando com Virginia você até esquece que ela comanda a atenção de quase 45 milhões de seguidores no Instagram diariamente com registros de sua vida.
Universa: O que fez você ter vontade de fazer uma parceria no mercado da moda em meio ao seu sucesso na beleza?
Virginia Fonseca: Tinha essa vontade e tinha recebido outros convites, mas ainda não estava segura. Quando a Shein me convidou achei que era o momento ideal. Ainda mais porque a marca faz moda para todos. E acredito muito que moda tem que ser para todos os corpos.
A Shein é uma marca grande, consolidada e com vários estilos. Sabia que poderia me jogar sem ter dor de cabeça. Quando eles mandaram o email com o convite fiquei muito animada. Já usava várias roupas da Shein.
E como foi a curadoria das peças para você?
Sou uma mulher multifacetada. Uso vestidinho, vestido longo, short, calça. Sou uma pessoa com vários estilos. E a Shein também. Então juntamos tudo em uma coleção. Tem de tudo: moletom, roupa para sair, roupa para festa. Pensei nas minhas versões como mãe, empresária, esposa. Unimos todos esses lados nas peças.
E tem alguma que é sua preferida?
Sim e já usei diversas vezes. É um conjuntinho branco com top e calça, que é muito comportável. Se você coloca uma jaqueta por cima fica lindo. Quando vou para São Paulo sempre levo ele na mala. E tem um short jeans também que eu amo muito, que é muito confortável.
Em meio a essas multifacetas, você consegue definir seu estilo?
Não consigo, porque sou muito de lua. Às vezes, quero usar tênis e moletom, e me sinto ótima. Em outras, quero um salto e um vestido justo. Depende do jeito que eu acordo.
E você gosta de usar só roupas caras ou se joga no high-low?
Sou zero apegada a preços. Se eu gostar de uma roupa e ela custar R$ 10 vou usar. Muitos fãs me mandam roupas, uso e quando me perguntam de onde é nem sei dizer.
O importante é que eu me sinta bem e confortável. As pessoas acham que ostento, mas não é assim. Graças a Deus tenho condições de comprar roupas caras. E se gostar, vou comprar. Mas não deixo de usar o que gosto por causa do preço.
Tudo o que você faz vira manchete. Você se preocupa na hora de postar por conta disso?
Já me preocupei mais. Ainda tem coisas que me questiono e pergunto para as pessoas ao meu redor. A gente apanha tanto que fica meio em dúvida, mas acredito que hoje estou bem tranquila.
Se não estiver atacando ninguém e nem ofendendo ninguém, vou postar. Porque é a minha vida, as pessoas estão acompanhando quem sou. Acredito que cheguei onde estou hoje por tudo o que posto, mas quando você está crescendo, as pessoas querem te podar. Uma mini coisa fica gigante. E quando você percebe, não é mais quem era no início. Continuo sendo eu, então tenho que aguentar o tranco. Tenho que ficar firme e forte.
Quando se fala "influencer" você é um dos primeiros nomes que vêm a cabeça das pessoas. O que você acredita que é seu diferencial?
Nunca parei para pensar nisso. Como estou no meio, não percebo muito o lado externo, mas fico feliz. Acho que pode ser minha consistência, de continuar sempre ali, respirando meu Instagram.
Passo o dia todo postando, sou 100% eu, não tem como mascarar.
Acredito que as pessoas gostam da minha sinceridade. E sou uma mulher jovem, com 24 anos, que tem uma família e trabalha para conquistar o que deseja. Muitas mulheres se identificam e se inspiram. Nós somos capazes de conquistar o mundo. Influenciar mulheres me deixa muito feliz.
O que fez você ter vontade de criar a We Pink? O mundo da beleza é a sua paixão?
Eu amo beleza e me cuido muito. Faço academia desde os 14 anos, cuido da minha alimentação. Quando eu não tinha dinheiro para comprar os produtos, via tutoriais no YouTube de como fazer receitas caseiras. Sei fazer de tudo porque gosto de me cuidar. Esse é um mundo que sempre me brilhou aos olhos.
Quando meus amigos, que são meus sócios, falaram sobre a gente criar a We Pink, eu aceitei. Mas não imaginaria que seria o sucesso que é hoje, com dois anos de marca. É muito gratificante. Para mim, é um sonho realizado.
O movimento que sua base causou na internet foi uma loucura. Como você lidou com tudo o que aconteceu?
Fui pega de surpresa, porque não esperava. Parecia que tinha um movimento que se uniu para me derrubar, de pessoas que falavam tão mal da minha base que chegavam a xingar quem dizia que tinha gostado. E quem gostou, começou a sentir medo de se pronunciar para não ser cancelado.
E tudo bem não gostar, cada um tem as suas preferências. As pessoas pediam para que eu me pronunciasse, mas eu não tinha o que falar. Eu gosto da minha base, é um produto de alta qualidade. Aquilo foi me deixando tão mal que tive até alopecia [queda de cabelo]. Até que, organicamente, surgiram pessoas que elogiavam o produto e a poeira abaixou.
Hoje a base vende bem, mas não posso negar que foi uma confusão.
Estava em Miami e não podia mostrar que tudo aquilo estava me abalando. Na frente das câmeras, eu fingia. Por trás, chorava. Não dá para demonstrar fraqueza na internet porque as pessoas se aproveitam.
Ainda bem que tenho ao meu redor pessoas que me dão forças: minha prima, meus sócios, minha mãe, meu marido, minha sogra, meus amigos. Eles me apoiam. Se não fosse por eles, já teria escorregado faz tempo. Eles e Deus me dão forças para continuar.
Você já conquistou muito. Ainda há espaço para sonhos e ambições futuras?
Tenho muito o que alcançar na minha vida profissional, não quero parar tão cedo. Mas acredito que meu maior sonho é ter saúde para ver minhas filhas crescerem. E assim, conseguir viver todos os momentos ao lado delas. Quero vê-las casar, ter filhos... Essa é minha meta de vida.
O seu jeito de encarar a vida mudou após a chegada das Marias? Passou a ter medos que não tinha antes, por exemplo?
Penso nelas antes de tudo que eu vou fazer. Antes, eu encarava qualquer coisa, hoje preciso pensar 50 mil vezes.
Para aceitar trabalhos, preciso pensar na logística, não posso passar mais de três dias longe das minhas filhas. Se for demorar mais que isso, elas têm que ir junto.
Já não me arrisco mais em atividades radicais porque tenho medo de morrer. Hoje tenho muito medo de morrer. Antes, não tinha.
Depois que a gente tem filho a paz acaba, você não descansa mais, não dorme direito. Já saí de casa pensando em voltar. Tudo na minha vida mudou, e para melhor. Ter filhos é a melhor coisa da vida, é perfeito.