Cantor suspeito de matar dentista em SP tem prisão convertida em preventiva
Do UOL, em São Paulo
30/11/2023 17h17Atualizada em 01/12/2023 18h21
O cantor sertanejo João Vitor Malachias, 40, suspeito matar a dentista Bruna Angleri, 40, em Araras (SP), teve a prisão temporária convertida em preventiva.
O que aconteceu
Com isso, o suspeito ficará preso até o seu julgamento. Decisão foi proferida na quarta-feira (29).
A Justiça de São Paulo acatou as provas já colhidas durante a investigação. A informação foi dada ao UOL pelo delegado Tabajara Zuliani dos Santos, à frente da investigação do caso. "O nosso inquérito foi relatado com o pedido de preventiva no feriado no dia 20 de novembro. O Ministério Público, após bastante trabalho, também ofereceu a denúncia, que é a peça inicial da acusação perante o Poder Judiciário", explicou.
O delegado ressaltou, no entanto, que a investigação ainda não está concluída. Ele citou que novas provas estão em elaboração pela equipe da Polícia Civil. "Existe um grande trabalho em celulares que a divisão de inteligência nos entregou segunda-feira e já existem também indícios de novas provas contra o réu. Também aguardamos um exame de DNA".
Após a morte de Bruna, Malachias se apresentou à polícia e negou envolvimento no crime. Ao UOL, o advogado do cantor, Diego Emanuel da Costa, criticou o vazamento de informações do caso e disse que ainda faltam laudos periciais. "Embora tenha decretado a prisão preventiva do meu cliente, mesmo faltando laudos periciais de suma importância para ser concluído, fica esse fato destinado a um clamor social, tão somente!".
Em todo a investigação, ora midiática, sequer pautou da possibilidade da ampla defesa. Mesmo estando preso preventivamente, meu cliente não é culpado pelo crime, precisa ainda do devido processo legal.
Diego Emanuel da Costa, advogado
Bruna Angleri foi encontrada em cima da cama, já sem vida, no dia 27 de setembro. O caso foi registrado como homicídio.
Cantor foi preso após fuga
O cantor foi preso no dia 8 de outubro, próximo a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Antes, ele foi perseguido pela polícia após tentar fugir de carro. Quando o mandado iria ser cumprido, João Vitor fugiu pela rodovia Anhanguera, com ajuda de outras pessoas.
As autoridades foram informadas da localização de João, sendo iniciada uma perseguição, que terminou com o cantor abandonando o próprio veículo próximo à região do município de Cravinhos e fugindo a pé.
Antes da expedição do mandado de prisão, o homem chegou a ser ouvido pela Polícia Civil, mas foi liberado por falta de provas.
Dentista tinha medida protetiva contra ex-namorado
Bruna Angleri já tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado. Ela prestou queixa no dia 10 de agosto, segundo o delegado Tabajara Zuliani dos Santos.
A vítima contou à Polícia Civil que o ex-namorado havia invadido sua casa e quebrado alguns móveis. Ele não aceitava o fim do relacionamento.
Bruna e o ex-namorado tiveram um relacionamento de sete meses. João Vitor chegou a morar na casa da vítima.
Eles teriam decidido se separar pouco menos de um mês antes do crime.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.