PM que agrediu esposa e a matou em SP se casou com a vítima havia 6 meses
De Universa, em São Paulo
04/12/2023 16h37Atualizada em 04/12/2023 16h53
O policial militar que foi preso após matar a esposa no meio da rua se casou com a vítima havia seis meses. O caso ocorreu na madrugada de domingo (3) em Perus, na zona norte de São Paulo.
O que aconteceu:
O soldado Thiago Cesar de Lima, de 36 anos, e Erika Ferreira, de 33, formalizaram a união no fim de maio, de acordo com postagens nas redes sociais da vítima.
Nas redes sociais, a coordenadora comercial compartilhou fotos do dia do evento, incluindo dela e do noivo, além dos padrinhos e madrinhas. Uma das imagens mostra a mulher, de vestido branco, véu e tênis branco, em cima de uma moto de alta cilindrada da marca BMW.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais ainda mostra um "corredor" de convidados e, no fim, Thiago aparece acelerando a moto enquanto a companheira está na garupa e sorri com uma taça em mãos.
Erika deixa duas filhas. O enterro dela está previsto para ocorrer nesta tarde em um cemitério de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.
Entenda o caso:
O soldado Thiago Cesar de Lima contou à polícia que ele e a mulher começaram a discutir dentro do carro na madrugada de domingo (3). Eles estavam na rua Bananalzinho.
Imagens mostram que a mulher desce do carro e abre uma das portas traseiras, onde está o marido. Ela tenta puxá-lo para fora do carro e dá um soco nele.
O policial, que estava de folga, sai do carro desferindo vários socos na mulher e dá tiros à queima-roupa. Vizinhos testemunharam a cena de violência.
A vítima fica no chão e ele entra no carro para ir embora. Depois, ele retorna e arrasta a mulher até o carro.
A vítima foi levada ao Pronto-Socorro do Hospital Geral de Taipas, também na zona norte, onde morreu. O policial militar foi preso em flagrante por feminicídio e uma pistola calibre .40 foi apreendida para perícia.
O policial foi encaminhado ao Presídio Militar da Romão Gomes e Corregedoria foi acionada. O caso foi registrado como feminicídio pela 4ª Delegacia de Defesa da Mulher Norte.
Na tarde desta segunda-feira (4), a Justiça de São Paulo converteu a prisão em flagrante do soldado em preventiva (por tempo indeterminado) na audiência de custódia. Universa tenta contato com a defesa do soldado.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.