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Aromas 'formam' casais: 7 fatos que provam o poder do cheiro no amor e sexo

O cheiro de uma pessoa é uma parte importantíssima das primeiras impressões que são formadas a respeito dela Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa*

22/12/2023 04h00

A visão e o tato são, em geral, os sentidos que primeiro vêm à nossa mente quando o assunto é sexo. Mas o olfato direciona as nossas preferências e escolhas. Mais do que isso: é o responsável por imprimir na nossa memória — às vezes, para sempre— o cheiro marcante de alguém.

O fenômeno acontece porque temos mais de 25 milhões de células olfativas capazes de captar os mais diversos odores —e a ciência já comprovou que cerca de 90% do que retemos das informações é por meio do olfato.

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Outros dados provam que esse sentido, ainda mais potente nos animais, tem tudo a ver com relações afetivas.

1. Todo odor provoca um sentimento

E um efeito no organismo. O leque de possibilidades é vasto: nojo, repulsa, fome, saudade, atração, tesão?

2. O cheiro dá pistas sobre as pessoas

Recentemente, pesquisadores britânicos e poloneses realizaram testes sobre como os sentidos influenciam na hora de escolher o par ideal. Segundo os estudos, divulgados no periódico "Frontiers in Psychology", o cheiro de uma pessoa é uma parte importantíssima das primeiras impressões que são formadas a respeito dela, além de revelar pistas sobre idade, saúde, personalidade e até fertilidade.

3. Aromas "formam" casais que combinam

Duvida? Pois saiba que o olfato é capaz de detectar um grupo de genes chamados de MHC (Complexo de Histocompatibilidade Principal, na sigla em inglês), presentes em todos os mamíferos. Eles regulam o sistema imunológico e atuam na rejeição de tecidos.

Sabe-se que, quanto mais semelhante for o MHC do casal, maior a chance de haver rejeição do feto durante a gravidez e maior intervalo entre os nascimentos.

O MHC é uma espécie de "impressão digital olfativa", que influencia o reconhecimento individual e/ou as preferências de ligação em animais e humanos.

Um estudo clássico fez com que mulheres cheirassem camisetas suadas (sem perfume ou desodorante) de homens e, depois, escolhessem a que continha o odor mais sensual.

As escolhas recaíram sobre as camisetas dos homens que tinham o sistema imunológico (MHC) mais diferente, porém compatível e disposto a gerar filhos com "bons genes", mais seguramente.

4. Mulheres se importam mais com odores

De acordo com um estudo da psicóloga Marlise Hofer, publicado no "Journal of Personality and Social Psychology", mesmo que o parceiro não esteja por perto, sentir o cheiro dele faz com que os níveis de ansiedade diminuam. Como?

Quando a mulher aspira uma peça de roupa do amado, o aroma leva a uma redução na concentração de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) no organismo, fazendo com quem ela se sinta mais calma.

5. Feromônios, famosos, mas sem comprovação

Embora algumas pesquisas citem que os humanos também são afetados pelos hormônios sexuais (hormônios sexuais secretados por mamíferos e insetos), essa ação ainda não chegou a resultados conclusivos.

Sabe-se que os homens têm esses hormônios em maior concentração e que, nas mulheres, as substâncias odoríferas variam conforme o ciclo menstrual.

Na fase ovulatória, a liberação de feromônios é maior, o que, em parte, explica a maior animação para o sexo e o fato de uma maior atração por parte dos homens, que "percebem" o cheiro do tesão no ar.

6. Não dá para fabricar feromônios

Várias empresas do mercado erótico apresentam em seu portfólio perfumes supostamente à base dessa substância. Puro marketing, pois ainda não se descobriu como fabricá-la.

O que acontece é que, em muitos casos, a composição traz ingredientes mais intensos e de maior durabilidade na pele, como musk ou âmbar, ylang-ylang e patchouli.

Segundo especialistas, não podemos ignorar que o efeito placebo dessas fragrâncias "à base de feromônios" é fruto de um enorme componente psicológico.

Se a pessoa acredita que vai parecer mais sexy ao usar borrifar algumas gotinhas de algo que promete deixá-la mais atraente, é claro que ela se sentirá mais confiante. A percepção alheia sobre isso é apenas resultado da segurança que ela exala.

7. O amor, cientificamente falando, é uma droga

Trata-se de processo neurobiológico de ampla atividade hormonal. Quando nos apaixonamos, compostos químicos que atuam em nosso cérebro nos fazem pensar 24 horas por dia na pessoa amada.

Seu cheiro tem o mesmo efeito de tóxicos. Isso ocorre porque as moléculas que emanam do crush entram em contato com hormônios olfativos e transmitem informações para o cérebro, como "quero transar agora mesmo" ou "que delícia esse suor".

Nesse momento, sensações e memórias se fundem. O hipocampo registra a imagem da pessoa e aquele cheiro ficará ligado pelo resto da vida a ela.

Fontes: Carla Geane, palestrante da marca de cosméticos sensuais INTT Cosméticos; Cibele Fabichak, fisiologista e autora do livro "Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens" (Matrix Editora); Renata Ashcar, especialista em perfumaria e autora do "Guia de Perfumes" (HM em Revista); Raquel Cruz, pós-graduada em cosmetologia e química responsável pela empresa Feitiços Aromáticos; Vanieli Silveira, coaching de relacionamento e consultora da marca de cosméticos sensuais Hot Flowers, e Paula Moretto Cardoso, professora do curso de estética e cosmética da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo).

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