Dor no sexo: como descobrir as razões do desconforto e parar de sofrer

Três em cada quatro mulheres terão dor na relação sexual em algum momento da vida. Para algumas, pode ser um problema temporário, mas outras podem apresentar dor repetidamente. No segundo caso, é preciso investigar.

Chamada tecnicamente de dispareunia, ela pode ter diversas causas. Listamos as mais comuns:

1. Falta de lubrificação

A lubrificação vaginal é a resposta feminina à excitação. Para que ela aconteça é preciso que haja o desejo sexual. Se a mulher transar sem vontade, sua vagina não estará preparada para receber o pênis e, consequentemente, terá dor ao ser penetrada. Problemas emocionais podem estar relacionados com a falta de vontade, como estresse, ansiedade, cansaço, preocupação, vergonha e desgaste no relacionamento. Nem sempre é fácil para algumas mulheres abordar a vida sexual com o médico ou parceiro, mas é importante considerar este a falta de desejo sexual ao relatar o problema.

2. Problemas hormonais

Outros fatores podem prejudicar a lubrificação. Baixos níveis de estrógenos, como na menopausa, podem causar um afinamento da parede vaginal com diminuição de suas glândulas e, consequentemente, dificuldades de lubrificação. Alguns remédios também interferem na excitação e, consequentemente, na lubrificação, como ansiolíticos e antidepressivos, além da pílula anticoncepcional. Problemas de tireoide, artrite e diabetes também diminuem o desejo.

3. Alergia

A alergia por produtos lubrificantes pode causar dor, já que tem ação direta na mucosa da vagina, provocando irritação e inflamação, tipo uma "queimadura". O mesmo pode acontecer com alergia ao material dos vibradores. No caso dos lubrificantes, os solúveis em água são os mais indicados. Também é importante que o material dos vibradores seja de fácil higienização, como o plástico ou silicone, sem porosidades. Ao sentir alguma ardência ou desconforto, é importante parar de usar os produtos.

4. Inflamações e infecções

A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans. É o mesmo agente do sapinho, que pode aparecer na criança ou adulto que esteja com imunidade comprometida. Ela provoca uma inflamação desde o ânus, períneo e vulva, até o colo do útero. A coceira pode ser insuportável. Durante a penetração, a mulher pode sentir queimação e ardência intensas.

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5. Vaginismo

Trata-se de uma síndrome que tem como característica a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes à vagina, na tentativa de penetração. Às vezes, é até difícil fazer exames ginecológicos em quem tem o problema. O tratamento para o vaginismo exige fisioterapia com exercícios perineais e psicoterapia.

6. DST

A clamídia, por exemplo, tem sintomas como dor constante no "pé da barriga" e dor profunda na penetração. Outras doenças apresentam, inicialmente, uma lesão pequena, avermelhada, que fica por um tempo e depois some, como a sífilis. Some a lesão, mas a doença continua a progredir e vai voltar a dar sintomas já numa fase mais avançada. Outras se mostram por meio de corrimento de cores características e odores muito fortes, como o Trichomonas vaginalis. Procure o médico o quanto antes e nunca se medique com indicação de amigas ou do farmacêutico. Só com o diagnóstico clínico é possível tratar corretamente sem o risco de a situação piorar.

Fontes: Giuliano Bedoschi, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp; Ivan Sinigaglia, ginecologista e obstetra professor do curso de Medicina da Uniderp; e Rodrigo da Rosa, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana.

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