Selar a paz nos lençóis? Sexo de reconciliação dá tesão, mas é arriscado
Heloísa Noronha
Colaboração para Universa*
12/01/2024 04h00
Quem nunca terminou um barraco na cama não sabe o que está perdendo. A intensidade da situação e a urgência em resolver tudo tornam o sexo incrível. Não é bom, porém, fazer disso um hábito.
Saiba quais são os prós e contras de selar a paz entre lençóis:
Prós
A adrenalina e o estresse elevam o tesão. O sexo pode ser inesquecível! Os neurotransmissores cerebrais (serotonina, dopamina e noradrenalina) entram em ação no organismo. É como se vocês tivessem a melhor transa de todos os tempos. A experiência também é bem excitante se os dois ficaram um tempo afastados e/ou sem se encontrarem e deixaram para matar a saudade numa reconciliação entre lençóis.
A tensão da briga pode levar o casal a mudar de comportamento na hora H, agindo de modo mais livre, leve, solto e muito, muito mais selvagem. As preliminares, em geral, são dispensadas, pois ambos já estão excitadíssimos! A pegada é mais forte e os beijos e as carícias, mais intensos. Puxões de cabelo e apertões fazem parte do pacote.
Se o relacionamento for saudável, uma pitada de tensão pós-DR ajuda a dar uma esquentada extra na cama. Mas o ideal é que isso ocorra só de vez enquanto, e se, é bom frisar, quando a relação é equilibrada, ou seja, os conflitos são mínimos e não há disputa de poder.
Transar pode ajudar a colocar o conflito em questão em perspectiva e levar o casal a fazer verdadeiramente as pazes. Com a cabeça mais fria depois do rala e rola, ambos podem encarar as coisas de outro jeito e se dar conta de que, no fundo, os sentimentos bons prevalecem. A sensação deliciosa pós-orgasmo ajuda o casal a refletir: "Vale a pena brigar e discutir ou nos amar como acabamos de fazer?".
Contras
Resolver a briga com sexo pode se tornar uma espécie de padrão e prejudicar o convívio e o vínculo entre os dois. Relações do tipo "e se de dia a gente briga, à noite a gente se ama" podem lançar mão do sexo como única forma de apaziguar os conflitos. O casal até se entende por um tempo, mas acaba não conversando e não resolvendo os problemas reais.
A prática pode se converter em um círculo vicioso, onde o prazer só será sentido se houver o desentendimento, desencadeando assim, um sexo desvairado e doentio. Trata-se de uma falsa tática de aproximação, já que o prazer vai se tornando associado ao distanciamento ou às brigas.
As brigas se encerram apenas temporariamente. É bem grande a chance de outras acontecerem, num curto espaço de tempo e em maior intensidade. E há um risco de o nível de agressividade ir aumentando. É por isso que a relação de quem briga e faz as pazes na cama precisa ser saudável.
Há outras maneiras de esquentar a relação e partir para o sexo selvagem: perguntar ao outro sobre suas fantasias, testar coisas novas (lugares, posições, produtos sensuais), fingir se passar por outra pessoa, transformar jogos de azar em brincadeiras eróticas e por aí vai. É possível, sim, apimentar os momentos a dois sem usar a D.R. como recurso.
*Com matéria publicada em 05/07/2018