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Companheiro preso por morte de personal vira réu por feminicídio no RS

Alexsandro Alves Gunsch é acusado de matar a companheira e personal trainer Débora Michels Imagem: Reprodução/Instagram/

De Universa, em São Paulo

09/02/2024 18h31Atualizada em 09/02/2024 18h31

A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou a denúncia e tornou réu, por feminicídio, o companheiro da personal trainer encontrada morta na frente da casa dos pais dela em Montenegro (RS).

O que aconteceu

Denúncia contra Alexsandro Alves Gunsch, 48 anos, foi aceita hoje (9). O acusado agora responderá pelo crime de homicídio qualificado da personal trainer Débora Michels, com as qualificadoras de feminicídio (crime cometido contra a mulher em contexto de violência doméstica ou familiar, informou a Justiça do RS), motivo torpe, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Crime foi cometido na residência do casal, diz MP. O Ministério Público Estadual, que enviou a denúncia contra Alexsandro à Justiça, apontou que o crime ocorreu por volta das 3h do dia 26 de janeiro, de forma premeditada. Débora foi esganada até desfalecer — a esganadura fez a vítima ser levantada do chão. Após o crime, ainda segundo o MP, o homem recolheu o corpo, colocou em seu carro e abandonou na frente da casa dos pais da vítima.

Homem matou por não aceitar o término do relacionamento, segundo MP. A denúncia aponta que a qualificadora de motivo torpe foi inserida na acusação porque Alexsandro tinha sentimento de posse em relação à vítima. A causa da morte de Débora foi asfixia mecânica.

"Há indícios de autoria e da existência dos fatos por meio de elementos informativos na fase inquisitorial", declarou a juíza Anabel Pereira, da Comarca de Montenegro, responsável por aceitar a denúncia.

Após notificação, o réu terá prazo de dez dias para responder à acusação. Alexsandro está preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas I, informou a Justiça do Rio Grande do Sul. A Universa, a advogada Daniela Schneider Couto, que representa o réu, disse nesta sexta-feira (9) que a defesa "só irá se pronunciar após a entrega do laudo pericial oficial e o franqueamento total do inquérito policial".

O processo tramita em segredo de Justiça.

Relembre o caso

Câmera de segurança da rua dos pais da vítima gravou o momento em que o corpo de Débora foi deixado no local. A morte da mulher foi registrada na sexta-feira (26).

A polícia pediu a prisão preventiva do homem, mas a solicitação foi negada pela Justiça e só foi acatada após pedido de revisão. Após ser preso, o homem disse, segundo a polícia, que cometeu o crime durante uma briga em casa.

Os dois passavam por um processo de separação. Não havia registro de queixas ou medidas protetivas contra ele, informou a polícia.

[Ele] disse que discutiram e houve uma briga. Que ele acabou pegando ela pelo pescoço, levantando-a. Depois jogou contra um armário.
Delegado Marcelo Farias Pereira, ao UOL

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

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