O que fazer e o que evitar: as melhores dicas pra amenizar cólica menstrual

Aquela dor típica do período da menstruação tem nome pomposo: dismenorreia. Bem mais fácil de ser identificada em sua nomenclatura popular, trata-se da cólica menstrual, que ocorre por diversas razões e afeta praticamente metade da turma que lida com o fluxo todo mês. Muitas vezes bem intensa, há algumas maneiras de amenizar a sensação bastante incômoda.

Para início de conversa, vale entender a origem das cólicas. A primeira é quando o sangue menstrual sai pelo colo do útero, reflui pelas tubas uterinas e chega à cavidade abdominal.

Outra causa é a liberação de substâncias inflamatórias, como a prostaglandina, que faz o útero se contrair para eliminar os resíduos do endométrio. Uma terceira possibilidade é a endometriose, ou seja, existência de focos de endométrio fora do útero. É por isso que as cólicas não podem ser banalizadas, sobretudo as mais intensas.

Costuma-se codificar a dor em uma escala de 0 a 10, e cólicas maiores que 7 podem ser mais preocupantes. Além disso, é preciso atenção extra quando há ocorrência de sintomas associados, como dor na relação sexual, para evacuar e urinar na menstruação, entre os ciclos e, também, a infertilidade

Dores de cólicas incapacitantes, aquelas que fazem as mulheres deixarem suas rotinas de lado, não são normais. Nesse caso, a paciente precisa procurar atendimento médico para exames especializados de ultrassom, radiografia e tomografia.

Como amenizar a dor

Cerca de 50% das mulheres sentem algum desconforto durante a menstruação, sobretudo a cólica, interferindo negativamente no dia a dia da pessoa.

Para amenizar a sensação para lá de incômoda, algumas abordagens se mostram bem úteis, inclusive no que diz respeito às refeições. A alimentação pode minimizar os desconfortos sentidos durante o período menstrual e, portanto, vale adotar certas práticas no dia a dia - e não apenas quando a cólica chegar.

Certas comidas e bebidas são bem-vindas para reduzir as dores. Vale apostar em:

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Frutas vermelhas, como morango, amora e framboesa, porque são ricas em antioxidantes e reduzem os processos inflamatórios;

Nozes, amêndoas, castanhas e abacate, por serem ricos em magnésio e contribuírem, também, com o equilíbrio do humor;

Chás claros, como melissa, camomila, erva-cidreira e hortelã, principalmente com um toque de gengibre, para auxiliar na inflamação.

Em contrapartida, alguns alimentos devem ser evitados, sobretudo os ricos em açúcar (bolos, tortas, sucos artificiais e doces em geral), pois intensificam o processo inflamatório.

Da mesma forma, recomenda-se evitar todo tipo de alimento gorduroso (frituras, carne com gordura aparente, ultraprocessados, salgadinhos variados) já que, além da gordura, geralmente trazem muito sal, aumentando a retenção de líquido no organismo.

Outra estratégia é adotar a famosa bolsa de água nos momentos dolorosos. Porém, a temperatura depende do quadro. Bolsa de gelo é indicada para quem tem fluxo de sangue intenso, enquanto de água quente é recomendada para fluxos normais.

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Em ambos os casos, o item deve ser colocado na região do sacro, ou seja, no final da coluna, perto do bumbum. Também especialista em acupuntura, a fisioterapeuta explica que a técnica pode ser bastante útil.

A medicina tradicional chinesa é um excelente tratamento para dismenorreia primária (devido a causas fisiológicas associadas ao período menstrual) e secundária (quando há uma condição patológica associada à dor). Também é ótima para tensão pré-menstrual (TPM), dor nas mamas, dor pélvica e na coluna, alterações hormonais, dor de cabeça, entre outros sintomas causados pelo período menstrual.

Fisioterapia pélvica e exercícios

A fisioterapia pélvica é outro método que se mostra bastante eficaz. São adotados diversos recursos, como termoterapia, terapia manipulativa, estimulação elétrica transcutânea, laserterapia, cinesioterapia, entre outros.

Mas, para se alcançar resultados efetivos, é preciso entender que a fisioterapia é um tratamento, que deve ser seguido independentemente do período menstrual.

Uma das maiores aliadas nessa busca por alívio são as atividades físicas. Quando a mulher realiza exercícios aeróbicos, como corrida, natação ou bicicleta, produz a endorfina, hormônio que funciona como analgésico. Outra possibilidade é recorrer a medicamentos para dor, mas apenas sob prescrição médica.

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Fontes: Alessandra Sônego, fisioterapeuta especialista em saúde da mulher; Maurício Abrão, ginecologista e coordenador do Setor de Ginecologia Avançada da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Regina Stikan, coordenadora de nutrição do Hospital Santa Catarina

*Com matéria publicada em 20/11/2022

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