Ex acusa filho caçula de Lula de violência física, moral e psicológica
O filho caçula do presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, foi acusado pela ex-companheira de violência física, moral e psicológica. A defesa dele nega.
O que aconteceu
A vítima registrou um boletim de ocorrência nesta terça-feira (2). O registro foi feito de forma eletrônica na Delegacia da Mulher em São Paulo. Universa teve acesso ao documento.
Os relatos da ex-companheira são de violência física, moral e psicológica. A vítima narrou que levou uma cotovelada na barriga em uma das brigas em janeiro deste ano ao se recusar a entregar o aparelho celular.
Defesa nega acusação e diz que alegações são "inverídicas" e "fantasiosas". "Tomamos conhecimento das fantasiosas declarações que teriam sido proferidas, atribuindo ao nosso cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis nos tipos dos delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por reparação por danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais pertinentes", diz nota enviada a Universa. O documento é assinado pela advogada Carmen Silvia Costa Ramos Tannuri.
A Universa, a advogada da vítima confirmou os fatos narrados no boletim de ocorrência, disse que confia nas autoridades policiais e pediu para que o nome da cliente não seja divulgado.
Medida protetiva foi aceita pela Justiça de São Paulo. Segundo a defesa da vítima, o TJSP acatou o pedido de medida protetiva após o registro do boletim de ocorrência.
A denúncia
A vítima disse que a violência se intensificou nos últimos anos, o que coloca em risco a sua integridade física e mental. Ela contou à polícia que chegou a ser afastada do trabalho por um mês devido ao trauma causado pelas agressões. A mulher relatou que foi hospitalizada com crises de ansiedade e que recebe ameaças e ofensas constantes do denunciado, que a chamou de "doente mental", "feia" e "vagabunda".
No boletim de ocorrência, consta a informação de que Luis Claudio a teria manipulado para não prestar queixa. "Ser manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente e que possui influência para se safar das acusações", narrou. "Meu pai vai me proteger e vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você", teria dito o denunciado, segundo a ex-companheira.
A vítima afirmou que residiu com o filho de Lula por dois anos. Nesse período, ela relatou que ele chegava em casa "bêbado" e tentava entrar em seu quarto "de todas as formas", mesmo que ela "pedisse para ficar distante".
Ela denunciou ainda que ele manteve relações sexuais com outras mulheres "sem proteção". "Contraiu infecção e me expôs em risco conscientemente."
Nas redes sociais, a vítima pediu que o presidente Lula e sua família não sejam responsabilizados. "Parem de responsabilizar os familiares por maldades de um homem adulto de 40 anos. São pessoas totalmente diferentes", escreveu. A publicação foi excluída minutos depois.
Luis Claudio é diretor do Parintins-AM, clube de futebol fundado em 2021.
Caso será investigado
O caso será investigado. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou as investigações do caso foram encaminhadas para a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.
Os crimes denunciados foram violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica e injúria. A delegacia "prossegue com as diligências com o objetivo de esclarecer os fatos", disse a pasta em nota.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, é possível enviar mensagem para o número (61) 99611-0100; ou pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será feito pela equipe do Disque 100 ou do Ligue 180.