Conteúdo publicado há 7 meses

Pastor Davi Passamani é preso em GO suspeito de crimes sexuais

O pastor Davi Passamani, fundador da igreja A Casa, foi preso na noite desta quinta-feira (4), em Goiânia, suspeito de crimes sexuais. Defesa nega acusações.

O que aconteceu

Prisão foi efetuada pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher. A corporação informou que detalhes da investigação serão divulgados em entrevista coletiva agendada para 10h30 da sexta-feira (5).

Uma vítima denunciou Davi Passamani por assédio sexual em 2023. Mulher relatou que o pastor enviou mensagens com teor sexual. Em 2020, uma estudante veterinária, de 20 anos, também denunciou Davi Passamani por assédio sexual.

Em nota, a defesa do pastor informou que prisão foi motivada pela presença do pastor em louvores. "A autoridade policial informou verbalmente a este advogado que o motivo da prisão seria o fato de Davi Passamani estar presente em louvores, e que isso representa risco à sociedade de ocorrência de possíveis novas vítimas de assédio", disse o advogado Leandro Silva, que defende o líder religioso.

O defensor disse que polícia se recusou a entregar a cópia da decisão judicial que fundamentou a prisão. "Esta prisão, segundo a delegada, está relacionada ao inquérito policial inaugurado no final do ano de 2023 por suspeita de assédio. Porém, embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão dele, a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público. A defesa qualifica as informações contidas nesse inquérito de vazias, lacunosas e genéricas", declarou o advogado.

O advogado afirmou ainda que Passamani nunca foi condenado criminalmente por assédio sexual. "Tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa".

A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa e não descumpriu ele nenhuma ordem judicial. Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade.
Advogado Leandro Silva

Pastor terá que indenizar mulher por assédio

O pastor foi condenado a indenizar em R$ 50 mil uma vítima de assédio sexual. A mulher chegou a ser chamada de "sonsa" por um desembargador.

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"Essa moça mesmo falou que é sonsa, ela mesma usou essa expressão. [Queria perguntar] se ela não foi muito sonsa, no século em que a gente está. É outra dúvida", disse o desembargador do TJGO (Tribunal de Justiça de Goiás) Silvânio de Alvarenga durante a sessão, que aconteceu no último dia 19.

Magistrado também cita uma suposta "caça aos homens". "Com esse rigor processual, essa caça às bruxas, caça aos homens, daqui a pouco não vai ter nem encontro. Como você vai ter um relacionamento com uma mulher se não tiver um ataque? Vamos colocar ataque entre aspas", afirmou.

Sexta Câmara Cível do TJGO julgou o recurso de uma mulher que diz ter sofrido danos morais de um pastor após denunciar assédio sexual. Ela relatou o que aconteceu nas redes sociais, e disse que teve de trocar de igreja porque outros membros a culparam pela conduta. O processo não julga se houve assédio sexual, o que fica na esfera criminal, só o dano moral.

Delegada do caso, Ministério Público e a juíza do 1º grau consideraram que não houve assédio sexual, pois houve reciprocidade. Pastor pediu telefone da requerente para falar sobre cestas básicas, mas fez chamadas de vídeo mostrando o corpo e pedindo que a mulher se tocasse. A vítima disse ter consentido com parte das ações para produzir provas contra o pastor.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

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Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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