DF: homem é preso suspeito de abusar de mulher e mandar vídeo para mãe dela
Colaboração para Universa, em São Paulo
05/04/2024 15h10Atualizada em 05/04/2024 18h23
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um homem por suspeita de estuprar, filmar e chantagear uma mulher, em fevereiro, no Núcleo do Bandeirante.
O que aconteceu
Henrique Fortes, 30, arquitetou um "plano ardiloso" para abusar sexualmente da vítima, em crime cometido no dia 13 de fevereiro. As informações são da PCDF. O suspeito foi preso na Operação Predador, em Uberlândia (MG), na última quarta-feira (3).
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Suspeito se passou por empresário para se aproximar da vítima. De acordo com a investigação, ele conheceu a vítima no trabalho dela, alegou que estava em Brasília a negócios e a convidou para jantar. No horário combinado para o encontro, Fortes foi buscar a mulher em casa, mas estava acompanhado por uma adolescente de 15 anos, que ele apresentou como sua funcionária.
Adolescente presenciou o estupro. Quando a vítima já estava no carro, Henrique a persuadiu para que o acompanhasse até o hotel para deixar a jovem. Ao chegar no quarto, Fortes teria adotado um comportamento agressivo, momento em que violentou sexualmente a mulher, enquanto a adolescente presenciou o crime.
Fortes gravou abuso e enviou filmagem para a mãe da vítima. Ainda segundo a PCDF, o suspeito filmou o próprio crime e usou as imagens para chantagear a vítima, como intimidação para que ela não o denunciasse. Em 26 de fevereiro, dias depois do ocorrido, ele entrou em contato com a mãe da mulher, disse ser o namorado dela e enviou a gravação do estupro.
Suspeito tem um comportamento de "predador". O delegado do caso, Bruno Ehndo, informou que Henrique tinha a intenção de "causar danos, intimidar, manipular e explorar a vítima com abusos físicos, sexuais e psicológicos".
Postagem misógina
Nas redes sociais, Henrique Fortes fazia postagens machistas. Em uma publicação de caráter misógino, ele diz que as mulheres que se relacionam com mais de quatro homens e que já passaram dos 30 anos serão "infelizes para sempre e se tornaram totalmente impuras".
Fortes diz que "99% das mulheres serão exterminadas no juízo final". "Eu acho é graça dessas mulheres de hoje: 48% são mulheres macho e, por consequência, só vão conseguir arrumar homens fêmeas. 48% são impuras e não servem nem para uma conversa aleatória. 3% estão perdidas. E o restante pode ser que tenham alguma chance de não serem corrompidas. Eu tenho é dó. No juízo final, 99% das mulheres do mundo serão Exterminadas".
Caso seja condenado, Henrique Fortes pode pegar até 20 anos de prisão. A Universa, a defesa de Henrique disse que "os fatos serão esclarecidos durante a investigação e tramitação processual", e ressaltou que ele "preserva seu direito à presunção de inocência".
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.