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Usar vibrador todo dia faz mal? A princípio, não. Mas é bom ter atenção

Ao saber com mais propriedade que tipo de estímulo gosta, é possível falar abertamente com o par sobre preferências Imagem: Lovense/Unsplash

De Universa*

07/04/2024 04h00Atualizada em 10/04/2024 13h26

É unanimidade, entre ginecologistas e terapeutas, que o vibrador oferece uma ótima oportunidade de autoconhecimento às mulheres. Seus benefícios não se resumem apenas ao deleite experimentado durante a masturbação: ao saber com mais propriedade que tipo de estímulo gosta, é possível falar abertamente com o par sobre preferências e, assim, ter mais prazer —e maiores chances de orgasmo.

No entanto, há uma dúvida recorrente entre as fãs do aparelho: será que brincar com o sex toy diariamente é prejudicial?

O uso diário do vibrador só irá fazer mal à saúde física se não houver uma higiene correta, podendo ocasionar uma infecção. Tomando os devidos cuidados, ele pode ser um brinquedo sexual bastante divertido.

É importante lembrar que a limpeza adequada pós-uso deve ser feita com água e sabão neutro e que o objeto deve ser cuidadosamente seco e guardado em um local bem fresco. O uso regular combate males como falta de lubrificação, atrofia vaginal e fraqueza da tonificação do assoalho pélvico.

Liberação hormonal

Entretanto, há alguns fatores em jogo. O sexo, seja a dois ou durante a masturbação com vibrador, libera inúmeros hormônios, entre eles a ocitocina, responsável pela sensação de felicidade e prazer.

O que ocorre é que algumas pessoas podem entrar em ciclos de compulsão e acabarem fazendo o uso descontrolado de vibradores. Mais do que um vício no vibrador, o problema está em todo o comportamento sexual que deve ser avaliado pelo ginecologista.

O prazer sexual não pode ser padronizado, assim como se masturbar todo dia com o vibrador não pode ser taxado como excessivo. Porém, é importante tomar cuidado quando o seu uso começa a interferir nas atividades diárias.

Vício

Perda de foco no trabalho, diminuição no interesse em relacionamentos e interferência na vida social podem ser sinais de abusos. Por isso, é importante o acompanhamento profissional para diagnosticar alguma compulsão ou até mesmo alterações hormonais que possam estar causando o aumento do desejo sexual a ponto de causar alterações na rotina.

A utilização constante merece maior atenção quando o interesse por essa prática também passa a influenciar de maneira negativa na relação a dois. A mulher precisar ter controle desse meio de prazer como um "plus" na sua sexualidade. Afinal, o sexo a dois é muito mais prazeroso e completo. Se o vibrador se torna o único meio de alcançar o orgasmo, é preciso repensar o hábito.

Quando o fato de usar o aparelho começa a causar angústia ou sofrimento, também é hora de reavaliar o comportamento. Afinal, teoricamente, é possível se viciar em qualquer coisa, mas uma pessoa que está bem psicologicamente não precisa ter esse medo. Para um vício real acontecer, é necessário que haja algum abalo emocional que leve a pessoa a começar a usá-lo como forma de compensação por alguma outra carência.

Portanto, se você se sente bem consigo mesma e seus hábitos sexuais não provocam nenhum tipo de dano, não há problema algum em brincar com o sex toy sempre que desejar. Todo meio de alcançar a satisfação sexual só não deve ser acompanhado de prejuízo a si e ao próximo. A sexualidade pode e deve ser vivida de maneira intensa e prazerosa.

Fontes: Johnata Dacal, médico ginecologista; Karen Moura Pires De Oliveira, educadora sexual e enfermeira obstetra; e Nelly Kim Kobayashi, médica ginecologista e sexóloga

*Com matéria publicada em 31/12/2018

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