'É desafiador não deixar a mocinha ser chata', diz Agatha Moreira
No dia em que a reportagem conversou com Agatha Moreira, 32, chovia muito em São Paulo. Tanto que a atriz se assustou com o barulho de um trovão em meio a nossa conversa. O encontro aconteceu durante o lançamento da coleção BFF da C&A, que ela assina junto com a atriz Camila Queiroz.
A dupla de atrizes, que já trabalhou em outros projetos de sucesso, como "Verdades Secretas", foi escolhida pela fast fashion para mostrar um pouco do estilo que mais amam na hora de se vestir: o da Agatha, por exemplo, tem uma pegada mais urbana.
Contudo, a atriz admite: tem dificuldade para definir qual a sua pegada fashion. "Tenho dificuldades quando me pedem para me definir, não consigo. Prezo muito pela versatilidade e comodidade", disse com exclusividade a Universa.
Na conversa, Agatha foi além da moda e falou sobre sua visão da indústria audiovisual brasileira —e como novas oportunidades dividem os lucros e criam mais empregos neste mercado.
Universa: A coleção chama BFF. Você divide roupa com as suas amigas ou é ciumenta?
Agatha Moreira: [Aponta para uma amiga que está com ela] Está usando minha coleção com a C&A. [risos] Eu sempre empresto tudo, só tem que ter cuidado, porque sou capricorniana e apegada às minhas coisas. Se for tomar conta direitinho tenho zero problemas em emprestar. Amo ver minhas amigas com meus looks.
E tem alguma peça ou acessório que você ama muito?
Ah, muitos. Tem algumas bolsas, botas, calças jeans... Basicamente amo tudo. [risos]
Como você define seu estilo?
Depende da lua. Tem dias que acordo a fim de usar um look matador, outros quero estar mais largada e confortável, Posso levantar com vontade de usar um look muito sexy embalado à vácuo ou totalmente despojado. Tenho dificuldades quando me pedem para me definir, não consigo. Prezo muito pela versatilidade e comodidade.
Você acabou de sair da gravação da novela "Terra e Paixão" com o papel da Graça. Sei que a TV grava de segunda a sábado. O que é mais cansativo dessa rotina?
Sim, são seis dias por semana, 11 horas de gravação por dia. E quando você chega em casa precisa decorar o texto do dia seguinte. Sem contar que, como atriz, ainda tem todo o trabalho de publicidade que fazemos.
Sou, de certa forma, uma influenciadora, também preciso trabalhar os conteúdos das minhas redes sociais, que é um meio lucrativo. E é necessário dedicação e criatividade para isso.
Muitas vezes, só sobra o domingo para trabalharmos em projetos pessoais. Novela é realmente muito cansativo para toda a equipe, não só para os atores. Tem o pessoal da caracterização, do figurino, contrarregra, iluminação, fotografia, direção, edição... É um trabalho de carga horária pesada para todos.
Se alguém chegasse em você e dissesse que você pode se tornar anônima por 24 horas, o que você faria?
Acho que iria a grandes eventos. Hoje mesmo estava falando com uma amiga que tenho vontade de ir ao São João de Caruaru, em Pernambuco, por exemplo. Sempre achei muito bonito.
Ia querer passear e curtir o festival de uma forma geral. Adoro espaços com grandes públicos. Adoraria frequentar locais assim.
Sua fama vem da carreira de atriz. Você teria outra profissão?
Na adolescência até pensava em outras ocupações, mas hoje não me enxergo fazendo outra coisa. Tenho muita vontade de continuar atuando. Quero me ver avó nas produções, quero ter netos em cena. Tenho essa vontade.
Falando em indústria audiovisual, a do Brasil está mudando muito com a chegada dos streamings. Como você vê essas mudanças e novas oportunidades?
Nós olhamos muito para o micro, mas existe uma revolução macro que vem desde a internet, que traz cada vez mais oportunidades. Claro que é bom para meus amigos atores, porque o mercado está cada vez maior. Mas essas oportunidades se abrem para muita gente.
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Quero receberNa pandemia, tinham muitas pessoas desempregadas e agora vieram tantos produtos ao mesmo tempo que deu oportunidade de trabalho para uma galera. Estou achando muito legal distribuir igualmente as oportunidades de lucro dessa indústria que, anteriormente, levava o dinheiro para um único local. E essa distribuição lucrativa traz novas oportunidades.
Tem algum trabalho seu do qual se orgulha mais?
Tenho dificuldades para escolher um filho preferido. E sinto que minhas personagens são minhas filhas. Quando me despeço delas realmente lido com um luto. Parece que morreu um parente, porque é o fim do ciclo de uma pessoa com a qual convivi por longos dias da minha vida.
Cada trabalho que fiz foi bem diferente e sou muito grata por isso. Porque tive oportunidade de interpretar mocinhas, vilãs, psicopatas, personagens históricos, novelas de época, novelas contemporâneas. Acho que cada desafio chegou de acordo com o que me cabia naquele momento, e isso é muito legal. Meu crescimento profissional foi gradativo. Isso me ajudou muito.
Você tem preferência entre mocinha e vilã?
É difícil. Gosto do desafio da vilã pelas reações que ela causa no público. Quando você sente que a galera está te odiando é porque o papel está dando certo.
Mas também curto o desafio da mocinha. O desafio é não deixar essa personagem chata, não cair nesse lugar de muita fragilidade, o que é muito fácil de acontecer. Existe um desafio interessante aí também.
Antes de entrar em cena você faz alguma preparação especial?
Não, minha preparação vem muito antes, quando começo a construir o personagem. Preciso ter uma base muito sólida de como ele será. Ao longo da novela, o mais importante é ter bem claro quem é aquele personagem que você está interpretando, pois, assim, independentemente das adversidades que acontecerem, você está pronta.
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