Duda Salabert fala de perseguição: 'Não passo um mês sem ameaça de morte'
Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, a professora e deputada federal Duda Salabert (PDT) conta sobre as ameaças que recebe constantemente. Ela é um dos nomes cotados para disputar as eleições pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG).
Não passo um mês sem receber uma ameaça de morte. A minha campanha figurou como a que mais sofreu ameaça de morte no Brasil nessa última eleição. Tive que votar com colete à prova de bala.
Duda Salabert
Ela detalha as ameaças. "Inicialmente eram ameaças por e-mail, depois começaram a chegar físicas mesmo, cartas no gabinete. São 45 dias de campanha, nos primeiros 15 dias eu recebi 10 ameaças de morte".
A deputada conta que ela e a família precisaram de proteção. "Entrei com escolta armada, carro blindado."
Duda Salabert diz que pensou em desistir da política após assassinato de Marielle
A deputada conta que interpretou ao assassinato de Marielle Franco como um recado. "Aquele tiro foi contra a Marielle, o que ela representava, mas também em quem ousasse seguir o caminho dela. Pensei em desistir naquele dia. Mas depois pensei que se fosse necessário dar um passo pra trás pro grupo que faço parte dar três passo pra frente era o que eu ia fazer."
Duda Salabert conta que companheira foi importante para sua transição de gênero: 'Ela sempre soube'
A deputada conta como Raísa Novaes, sua companheira, foi importante no seu processo de transição de gênero. "Um dia, uma aluna disse: 'Duda, você fica falando essas coisas sobre você ser mulher, acho que é interessante você assistir a um filme'. Era um filme francês, sobre um professor de literatura que começa a transição na universidade. Chorei o filme inteiro. Quando acabei, falei: 'É isso. Essa história é minha historia'. Ela [Raísa] falou: 'Eu sempre soube'".
Duda Salabert: 'Se a transexualidade foi tratada como doença, para mim foi a cura'
Duda também fala sobre como vivenciar a dimensão do masculino era nocivo para ela. "Eu to muito mais preocupada em rasurar o masculino, que me assumir e me reivindicar como mulher. O que quero fazer é apagar o masculino que há em mim, porque sempre me incomodou e sempre me fez muito mal."
Duda Salabert: 'Não tenho prazer nenhum em estar na política, mas sei que tenho que estar lá'
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Quero receberA deputada conta por que continua na política, mesmo sem sentir prazer no ofício. "Aprendi que a luta pra nós não é uma opção. A partir do momento que você faz uma transição de gênero, a luta contra o preconceito é diária. Faz parte da sua trajetória. Eu acho insuportável estar na politica, não tenho prazer nenhum, tenho prazer em estar na sala de aula, mas sei que tenho que estar lá [na política], porque é um espaço de luta."
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