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Desculpa Alguma Coisa

Tati Bernardi faz entrevistas malucas e inesperadas com pessoas que você adora


Duda Salabert conta como companheira lidou com sua transição de gênero

Colaboração para Universa, em São Paulo

13/04/2024 04h00

Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, a deputada federal Duda Salabert (PDT) conta como Raísa Novaes, sua companheira, a apoiou em seu processo de transição de gênero. Duda é um dos nomes cotados para disputar as eleições pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG).

Eu fazia piadas muito machistas, preconceituosas. Fazia de forma caricata, que eu era uma mulher. O humor que eu usava contra mim e a comunidade trans era uma forma de externar.
Duda Salabert

Duda conta que recebeu um conselho de uma aluna. "Um dia, uma aluna disse: 'Duda, você fica falando essas coisas sobre você ser mulher, acho que é interessante você assistir a um filme'. Era um filme francês, sobre um professor de literatura que começa a transição na universidade."

A deputada fala que assistiu o filme com sua companheira e, a partir dali, começou seu processo. "Chorei o filme inteiro. Quando acabei, falei: 'É isso. Essa história é minha historia'. Ela falou: 'Eu sempre soube'".

Duda Salabert diz que pensou em desistir da política após assassinato de Marielle

A deputada conta que interpretou ao assassinato de Marielle Franco como um recado. "Aquele tiro foi contra a Marielle, o que ela representava, mas também em quem ousasse seguir o caminho dela. Pensei em desistir naquele dia. Mas depois pensei que se fosse necessário dar um passo pra trás pro grupo que faço parte dar três passo pra frente era o que eu ia fazer."

Duda Salabert fala de perseguição política: 'Não passo um mês sem receber ameaça de morte'

Duda detalha as ameaças e a perseguição política que sofre. "Não passo um mês sem receber uma ameaça de morte. A minha campanha figurou como a que mais sofreu ameaça de morte no Brasil nessa última eleição. Tive que votar com colete à prova de bala. Inicialmente eram ameaças por e-mail, depois começaram a chegar físicas mesmo, cartas no gabinete."

Duda Salabert: 'Se a transexualidade foi tratada como doença, para mim foi a cura'

Duda também fala sobre como vivenciar a dimensão do masculino era nocivo para ela. "Eu to muito mais preocupada em rasurar o masculino, que me assumir e me reivindicar como mulher. O que quero fazer é apagar o masculino que há em mim, porque sempre me incomodou e sempre me fez muito mal."

Duda Salabert: 'Não tenho prazer nenhum em estar na política, mas sei que tenho que estar lá'

A deputada conta por que continua na política, mesmo sem sentir prazer no ofício. "Aprendi que a luta pra nós não é uma opção. A partir do momento que você faz uma transição de gênero, a luta contra o preconceito é diária. Faz parte da sua trajetória. Eu acho insuportável estar na politica, não tenho prazer nenhum, tenho prazer em estar na sala de aula, mas sei que tenho que estar lá [na política], porque é um espaço de luta."

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