Homem é preso suspeito de estuprar e manter em cárcere turista de SP no RJ
Colaboração para o UOL, em São Paulo
18/04/2024 20h16
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quinta-feira (18), um homem de 35 anos, suspeito de estuprar e manter em cárcere privado uma turista de São Paulo.
O que aconteceu
Lucas José Dib foi preso em um apartamento no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio. Vídeos cedidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro mostram o momento da prisão.
Vítima conheceu o suspeito em um aplicativo de relacionamento. Ela contou à polícia que estava de férias no Rio, quando conheceu Lucas em um aplicativo. Eles marcaram de se encontrar no começo deste mês. Após se encontrarem em alguns bares, eles foram para a casa do homem, em Botafogo. As informações são da Polícia Civil.
Suspeito mudou comportamento ao chegar no apartamento. De acordo com a polícia, a vítima relatou que o homem passou a ser violento e expôs um "lado sádico". Ele teria estuprado a mulher, a obrigado a ingerir drogas, além de violentá-la física e psicologicamente.
A mulher, de 31 anos, contou que foram quase 20 horas de violência. "Ele disse que qualquer coisa eu tentasse, não ia adiantar. Porque ele era uma pessoa influente. Eu fiquei aproximadamente 20 horas dentro do apartamento dele, sendo torturada fisicamente, psicologicamente. Fui estuprada de todas as formas possíveis", disse a vítima em entrevista ao RJTV, da TV Globo.
Vítima conseguiu fugir após a chegada de um amigo, que a encontrou graças a localização de seu celular. Com a ajuda, a mulher foi até um hospital particular, onde recebeu atendimento. Em seguida, ela registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher.
Objetos foram apreendidos. Na casa dele, foram apreendidos objetos sexuais, além de um aparelho de DJ, que, segundo os depoimentos, era usado para tocar música alta, evitando que os pedidos de socorro da vítima fossem ouvidos.
O UOL não conseguiu localizar a defesa do suspeito. O espaço segue aberto para manifestação.
Como denunciar violência sexual
No Brasil, todo ato sexual sem consentimento é crime. Toques sem permissão, passadas de mão, encoxadas, tentativas de beijo forçado e também casos em que há masturbação ou ejaculação diante da vítima são considerados importunação sexual.
A lei, em vigor desde setembro de 2018, define como crime qualquer ato libidinoso praticado contra alguém e sem a sua anuência. A pena é de 1 a 5 anos de reclusão.
A diferença com relação ao estupro é que, neste, há violência ou grave ameaça. E é considerado estupro de vulnerável — crime ainda mais grave — todo ato libidinoso com menores de 14 anos ou com quem, "por enfermidade ou deficiência mental, não tem o discernimento para a prática do ato, ou não pode oferecer resistência". No assédio sexual, é preciso haver relação hierárquica.
Caso a vítima tenha sofrido violência sem ferimentos graves, ela pode recorrer imediatamente a Delegacia da Mulher, se existir essa unidade em seu município, ou a delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência.
É indicado reunir testemunhas e apontar eventuais câmeras de segurança, se houver. Mas, como muitas vezes o crime não fica registrado e nem é visto por mais ninguém, a palavra da vítima é considerada suficiente para fazer o registro.
Disque 190
Deve ser acionado em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento.
Disque 180
A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas. A ligação é gratuita, anônima e disponível em todo o país.