Conteúdo publicado há 7 meses

Consulado informa polícia, e russa vítima de violência é resgatada em MG

Uma mulher russa de 38 anos foi resgatada de uma situação de violência doméstica em Minas Gerais. O caso chegou até a polícia após familiares dela procurarem o consulado do país para denunciar o companheiro.

O que aconteceu

A polícia resgatou a mulher quando ele sacava dinheiro com a filha, de um ano e 11 meses. O resgate foi registrado no município de Montes Claros na tarde da quarta-feira (24), informou a Polícia Civil de MG.

Vítima morava no Brasil havia cerca de três anos. Ela começou a namorar o suspeito quando ainda morava na Rússia e decidiu se mudar para o município de Coração de Jesus para viver com ele, engravidando em seguida. A polícia não informou como os dois se conheceram.

Homem passou a ser agressivo e exigir dinheiro que família enviava para vítima após chegada da mulher ao Brasil. Segundo a polícia, a vítima era obrigada a entregar ao companheiro todo o valor enviado pela família dela da Rússia.

Consulesa da Federação Russa em Belo Horizonte denunciou caso à polícia. Carolina Bernardes contou ao UOL que parentes da mulher procuraram o consulado-geral da Rússia, com sede no Rio de Janeiro, para denunciar o ocorrido. Com as informações, ela procurou a polícia.

Consulado articulou plano para resgate da vítima, que tinha celular controlado pelo companheiro. Ao UOL, a consulesa informou que os horários da mulher eram restritos e que ela só conseguia se comunicar com outras pessoas quando o suspeito não estava em casa. Uma articulação entre a vítima, o consulado e a polícia determinou o momento mais seguro para que o resgate ocorresse.

Vítima tinha hematomas e estava em "extrema vulnerabilidade psicológica". Ela passou por exame de corpo de delito e foi enviada para um abrigo sob proteção policial. A polícia solicitou medida protetiva para as vítimas.

Homem é investigado por violência doméstica, constrangimento ilegal, lesão corporal, ameaça e injúria. Ele está solto e não teve identidade divulgada. O UOL não conseguiu, até o momento, encontrar a defesa do suspeito.

Caso é importante para que estrangeiras vítimas de violência no Brasil busquem ajuda, diz consulesa. "A segurança existe. A proteção existe e elas [estrangeiras vítimas de agressão] devem sair do ambiente de agressão, desse ambiente de intimidação, onde a própria vida e a de seus filhos corre risco", afirmou Carolina.

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Ela precisava sair de casa, mas tinha muito medo, porque era situação diferente da que acontece na Rússia, que não tem uma delegacia especializada de proteção à mulher e à criança. Ela tinha medo de que, se chamasse a polícia, ele [o agressor] a agredisse ainda mais. Ela temia, inclusive, pela própria vida e [pela vida] da filha.
Carolina Bernardes, Cônsul Honorária da Rússia em Minas Gerais, ao UOL

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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