Ela viralizou com barrigão de trigêmeos: 'Gostava de espantar as pessoas'
Mãe de duas meninas, a influenciadora Jhéssica Fernanda Bernardes, 26, tomou um susto ao descobrir a sua terceira gestação, em 2022. A surpresa foi ainda maior ao saber que não esperava um, mas três bebês.
Jhéssica viralizou nas redes sociais com vídeos do barrigão. Até hoje, quase dois anos após o parto, recebe mensagens de pessoas chocadas com o tamanho. "Brincam que a barriga era uma mansão, que os nenéns nasceram com a faculdade feita já, que deviam ser adultos lá dentro", diz.
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O sucesso não foi só na internet. A barriga despertava muita curiosidade nas ruas e virou uma atração, conta. "Todo mundo perguntava quantos bebês eram", lembra.
Hoje, eu vejo que ficou fora do normal, mas eu não tinha noção na época. Minha barriga foi um sucesso. E eu gostava de sair pra rua pra 'espantar' as pessoas com ela. Jhéssica Fernanda Bernardes, influenciadora
Os bebês nasceram no sétimo mês de gravidez. Na reta final, era impossível Jhéssica levantar sozinha, pelo peso da barriga. Por isso, o marido a ajudava todas as manhãs.
Ela acordava antes dele sair para trabalhar, às 6h, levantava com ajuda e dormia sentada do sofá por mais algumas horas da manhã. Era o jeito de conseguir descansar e depois seguir para as tarefas do dia, sem ficar presa à cama.
A descoberta
Jhéssica descobriu que esperava trigêmeos no primeiro ultrassom, com oito semanas. Ela foi fazê-lo sozinha, pois o marido, o eletricista Dênis, 28, não podia deixar o trabalho. "Fui de moto até."
"O médico olhava o monitor, olhava pra enfermeira, e eu não entendia nada. De repente, ficou sério, e eu pensei que o bebê tinha morrido. Mas ele falou 'parabéns' e disse que eu estava grávida de trigêmeos", lembra. "Perguntei como isso tinha acontecido. Depois do médico contar o terceiro feto, vomitei, desmaiei, porque a emoção foi grande."
Segundo ela, o susto foi ainda maior porque não há trigêmeos na sua família e nem na do marido. "Isso é possível", explica Mário Macoto Kondo, coordenador de obstetrícia de alta complexidade do Grupo Santa Joana.
"É mais comum quando há histórico do lado materno, mas pode ser a primeira também. É a questão do acaso. Qualquer casal pode ter gravidez múltipla", diz o obstetra.
Gravidez desacreditada
Toda gravidez de trigêmeos é de alto risco, com risco de complicações à mãe e aos bebês. Daí a importância de um bom pré-natal.
No caso de Jhéssica, saber dos perigos foi ainda pior, porque os médicos desacreditaram a sua gestação. "Os primeiros médicos que me atenderam disseram que eu não chegaria nem no quinto mês", conta.
Falaram para eu não me preocupar com berço, roupa, nada. Era só pra eu aproveitar a barriga enquanto podia, porque não ia dar à luz. Jhéssica Fernanda Bernardes
Foi por isso que ela deixou a cidade de Franca, no interior paulista, para receber acompanhamento em Ribeirão Preto, a quase 90 quilômetros de distância. Jhéssica enfrentou dificuldades durante a gestação: entre elas, diabetes, anemia e colesterol alto. "Cada dia era uma vitória muito grande", afirma.
Mas diz que nenhuma foi pior do que de ficar longe da família, em especial das filhas. "Até por condições financeiras, não era possível ficar viajando para se ver."
O nascimento (ou 'milagre', para Jhéssica)
Mesmo com as complicações no decorrer da gestação, Jhéssica teve um parto sem problemas. Os trigêmeos, Miguel, Gabriel e Rafael, nasceram em outubro de 2022. Todos levam "Arcanjo" no nome, uma forma da mãe agradecer ao nascimento depois da desconfiança dos primeiros médicos.
Após a alta, todos foram para casa bem. "É um misto de alegria e milagre. A cada evolução e aprendizado deles eu me emociono", diz.
"Ao mesmo tempo, é uma loucura", completa. "Cuido deles sozinha, porque meu marido precisa trabalhar. Se um tá doente, os outros dois também ficam. Tem dia que eu vou dormir e não sei se vou dar conta no dia seguinte. São cinco filhos no total."
A rotina caótica impede Jhéssica de voltar a trabalhar —antes de engravidar dos trigêmeos, ela era atendente. O dinheiro faz falta. Inclusive, foi por isso que decidiu compartilhar os vídeos nas redes sociais.
"A única ajuda que eu tenho é leite, que não dá para o mês inteiro. Ninguém espera gerar três filhos e eu acho que devia ter algum suporte. Sendo influenciadora, tenho conseguido fechar parcerias, é uma forma de tentar trabalhar sem sair de casa", explica.