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Lorena Comparato namora à distância há 3 anos: 'É caro'

Lorena Comparato vive um relacionamento a distância há 3 anos Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa, em São Paulo

23/05/2024 04h05

A atriz Lorena Comparato, 34, vive, há mais de três anos, um relacionamento à distância com um advogado que mora nos Estados Unidos.

"Me sinto muito segura em minha relação com o Arthur. Acho que ele sente o mesmo. Faz parte de como somos, do nosso companheirismo e conversas", disse para Universa.

À reportagem, Lorena contou como essa história de amor começou e, digamos, algumas curiosidades sobre o casal. Spoiler: para conhecer o boy pela primeira vez ela precisou se hospedar na casa de uma fã no México.

Universa: Você vive um relacionamento à distância. Qual o seu maior desafio?
Lorena Comparato:
É caro. A gente quase que trabalha para pagar esse relacionamento. E envolve investimento dos dois lados. Mas também é desafiadora a dor da saudade. Ela é diferente daquele sentimento que temos quando perdemos alguém, porque é um reflexo de nossas escolhas.

São elas que estão nos mantendo longe de quem amamos. Minha carreira, que amo e é meu ganha pão, me mantém longe quando estou gravando. Sinto que agora, depois de três anos e meio de relacionamento, estamos em um momento que gostamos muito de ficar juntos. Se a gente pudesse, moraria juntos.

Lorena Comparato e seu namorado Arthur Imagem: Reprodução/Instagram

Foi um choque saber que ele precisaria se mudar para os Estados Unidos?
Nós já começamos a namorar neste modelo. Tínhamos uma amiga em comum que falava de mim para ele e dele para mim. Ela brincava que já tinha juntado 22 casais. [risos] Mas achava que não ia dar em nada. Depois de algum tempo, acabamos marcando uma reunião para falar de assuntos de trabalho.

Estava toda arrumada, cheia de segundas intenções. Só que o Arthur é muito advogado. Nós fizemos essas reuniões por três meses e não dava em nada. Achava que tinha perdido a minha sensualidade, porque joguei todo meu mel e não funcionava. [risos] Fui reclamar pra minha amiga que disse: 'como você quer que ele dê em cima de você em uma reunião de trabalho? Ela jamais vai fazer isso'.

Trocamos telefone e começamos a conversar. Fomos nos conhecendo e nos falávamos, esporadicamente, duas a três vezes ao dia. Trocávamos mensagens, mandávamos músicas... Depois de uns meses de papo, eu estava passando por uma catarse na minha vida. Estávamos no meio da pandemia, não tinha trabalho, tinha começado um mestrado e, no meio dessa confusão, queria alguém que me desse alegria, um cara maneiro, gente boa.

E como foi esse encontro?
Chegou um momento que disse que não aguentava mais só ficar conversando, que queria vê-lo. Mas o Arthur não podia sair dos EUA, porque estava passando pelo processo do green card. Estávamos no meio da pandemia e não podia ir direto do Brasil para os EUA, precisava fazer uma quarentena de 15 dias em outro país.

Estava desempregada, não podia gastar essa grana. Disse para ele que não podia. Arthur me perguntou se eu ficaria chateada se ele me convidasse. E eu aceitei. Tenho uma fã no México que fez páginas de fã-clube para mim nas redes, acompanha todos os meus trabalhos, aprendeu a falar português por minha causa. Perguntei se podia passar 15 dias na casa dela, em Guadalajara, e ela me recebeu. Depois desse período, conheci o Arthur no aeroporto de Los Angeles.

Dá medo ou rola ciúmes de saber que seu namorado está do outro lado do mundo?
Me sinto muito segura em minha relação com o Arthur. Acho que ele sente o mesmo. Faz parte de como somos, do nosso companheirismo e conversas. Nós falamos sobre tudo, mas partimos do princípio que uma parte desse papo rola na terapia, e depois, com esse filtro profissional, a gente conversa.

Não dá para falar com alguém que não entende o que está sentindo. Então fazemos o nosso trabalho interno para falarmos de igual para igual. Mas não somos ciumentos, somos muito livres e amamos nossas vidas, cada um na sua. Claro que também tem um pouco de insegurança, mas acho que a diferença é como a gente lida com esses sentimentos. Sabemos que somos pessoas que são desejáveis, tanto ele quanto eu, e conversamos sobre isso.

Temos um lugar de muito respeito, de entender os limites. Já fui muito traída na vida e sou contra a traição, porque sei o quão ruim é estar do outro lado. Não desejo pra ninguém.

Você falou que sofre com a dor da saudade. Tem alguma estratégia para lidar com ela?
Não é algo imposto, mas a gente lida se falando muito. Fui passar uma temporada em Portugal para ficar com meu afilhado e ficamos com os fusos completamente invertidos. Às vezes, acordava um pouquinho mais cedo pra falar com ele ou ele ia dormir mais tarde para conseguirmos nos falar uns minutinhos.

A gente vai fazendo concessões naturais. O máximo de tempo que ficamos longe um do outro foi três meses —e assim, com a água batendo na bunda. Se a passagem do Rio para São Paulo está caro, imagina para Los Angeles. Sem contar que precisamos de tempo. Não dá pra ir na sexta e voltar no domingo. Quando estou gravando, fico no set até seis dias por semana por 12 horas, é complicado. Como me disse uma vez o oficial da fronteira nos EUA, isso só dá certo porque somos brasileiros. Mas a comunicação é muito importante pra nós.

Gláucia (Lorena Comparato) e Raíssa (Alice Wegmann) na segunda temporada de 'Rensga Hits!' Imagem: Divulgação/Globoplay

Falando sobre a sua carreira, você tem duas personagens em séries que são muito diferentes uma da outra: a Geise, de "Impuros", e a Gláucia de "RensgaHits". Alguma delas tem algo parecido com você?
Que pergunta difícil de responder. A Gláucia é glamurosa demais, tem uma vaidade que acho que me contamina. Sempre gostei de me maquiar, tenho foto toda pintada quando era criança. E é uma coisa de família, minha avó era muito vaidosa, adorava sapatos e bolsas. E puxei isso dela.

Já da Geise, acho que tenho a determinação e esse lado mais protetor. De ter a família acima de tudo. Se fosse para me definir, diria que sou uma Glaucia com essência de Geise.

O que a gente pode esperar dos seus próximos trabalhos, além das novas temporadas de "Rensga Hits". Tem novela no radar?
Queria muito fazer novela. Trabalho duro para que isso aconteça. Então vamos ver. Quero também fazer algum trabalho falando em inglês e em outras línguas. É uma das minhas metas. Tenho um projeto incrível com um coletivo artístico feminino. Somos quatro mulheres, juntas há 10 anos, que roteirizamos e produzimos para termos espaço no mercado para atuar.

Estamos com um projeto bem legal, de terror, sobre o sagrado feminino. Tem também a nova temporada de "Rensga Hits" e estou plantando sementinhas para lançar o livro que fiz durante meu mestrado, que é sobre o mercado de trabalho artístico. Estou em um momento que preciso de uma parceria, de uma editora, alguém me dando um feedback.

Lorena Comparato quer voltar para as novelas Imagem: Paola Vespa

Você nasceu em Portugal. Tem alguma parte sua que considera mais portuguesa do que brasileira?
Minha avó é portuguesa, mas tenho uma parte da família que é italiana. E como nasci em Portugal, quando era pequena dizia que falava "português brasileiro". Era muito bonitinho. Mas para responder sua pergunta, os portugueses são muito literais, levam as coisas ao pé da letra. E sou assim. Às vezes, não entendo nem ironia e nem sarcasmo.

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