Sexo oral segue sempre o mesmo roteiro? Veja dicas para apimentar a transa

Quando o sexo oral passa a acontecer com menos frequência e/ou não trazer tanto prazer para o casal, é hora de avaliar se a prática está seguindo o roteiro de sempre e não está a um passo de cair na mesmice. Mais importante ainda é entender o que há por trás desse comportamento.

A forma como o sexo oral é visto, sobretudo pelos homens, pode responder à questão. Isso porque é comum ser entendido apenas como uma preliminar, daquelas bem fáceis de acontecer.

É como se fosse um preparo para o sexo com penetração; parece até um pedágio que deve ser 'pago'. Tanto que, às vezes, quase nem rola beijo na boca. O casal não dá tempo para o desejo crescer, parece que já quer resolver tudo rápido, sem explorar mais nada.

Em vez de ser entendido como uma preliminar, as carícias e lambidas íntimas precisam ganhar o merecido destaque na transa. A ideia é que o par já esteja excitado antes mesmo de receber o oral.

Por isso, nem adianta rolar o oral se o casal não estiver empenhado em proporcionar e sentir prazer naquele momento. Um detalhe bem importante: sentir as reações da pessoa no momento, para que possa ser realizado de uma maneira mais assertiva.

Criar um clima (como luz baixa e música sensual) pode favorecer a ocasião. É importante renovar, surpreender nas preliminares, fazer com que, ao chegar na hora do sexo oral, o parceiro ou parceira esteja esperando loucamente por aquilo.

Existe posição certa?

Conforto e relaxamento são as grandes indicações quando o assunto é posição ideal para fazer e receber o sexo oral. Assim, enquanto a penetração permite várias manobras, o uso da língua pede que a pessoa esteja confortável, relaxada e entregue àquela experiência.

A prática pode ir bem na cadeira, na cama, na poltrona e no sofá. Isso porque, quanto mais relaxado se está para esse momento, mais fácil será a entrega.

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Além disso, a posição escolhida deve contemplar também quem é o dono da boca em ação. Quando um dos parceiros está deitado e com toda a região pélvica exposta, a situação fica mais fácil também para a outra pessoa que, ajoelhada ou deitada e apoiando-se sobre os cotovelos, tem as mãos livres para brincar.

No caso do sexo oral no pênis, dá para brincar com saco escrotal e a glande peniana. Já para a vulva, consegue-se brincar com o clitóris, ver os lábios e visualizar onde fazer o carinho.

É possível, ainda apostar em algumas variações:

Usar um travesseiro para elevar um pouco o quadril. É mais confortável para quem está proporcionando a experiência, já que não precisa inclinar demais a cabeça para baixo.

Em vez de os dois adotarem a posição horizontal, a pessoa que vai ser estimulada pode se sentar na beira da cama ou do sofá, enquanto a outra se agacha ou ajoelha. Ou, ainda, ficar de pé, criando um certo clima de submissão para quem gosta.

Quem curte uma brincadeira dominadora também pode ficar em cima do par, sentando-se em seu peito e mantendo a parte genital posicionada perto da boca de quem está deitado. Ou, ainda, ficar de joelhos, com as pernas ladeando a cabeça. Nessa situação, o comando é inclusive de quem está por cima, que dita o ritmo e o tipo de movimento com o quadril.

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O clássico 69, ou seja, alinhados na horizontal, mas em sentidos invertidos, é confortável, apesar de ser desafiador se entregar completamente ao momento, uma vez que é difícil se concentrar em dar e receber ao mesmo tempo.

Leve os brinquedos para a cama

Um vibrador e um sugador de clitóris podem ser bem interessantes no sexo oral também. Quem está no comando da experiência pode colocar o vibrador na bochecha, pelo lado de fora da boca.

Já quem recebe a carícia sentirá a vibração na parte de dentro da boca. Apesar de suave, proporciona uma boa diferença no clima e trazer uma nova experiência.

Outro toy que pode ser utilizado é o sugador de clitóris, alternando-se a sucção do aparelho com a da boca. Há, ainda, a chamada 'varinha mágica', que possui vibração intensa. Neste caso, pode ser usada nos lábios ou clitóris enquanto o par faz o oral.

Na falta de brinquedos à mão, outro ponto destacado é o estímulo anal, que nem sempre é explorado junto do sexo oral e, muitas vezes, é um desejo "escondido". Tudo é válido e não precisa de muito malabarismo, não. Vale colocar um gel para dar um sabor, por exemplo.

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Talvez a culpa seja do tabu

Bastante gente tem bloqueios e receios em relação à experiência comandada pela boca. Quer um exemplo? Muita mulher tem insegurança em ter a receber o sexo oral porque nos é dito, desde a infância, que a vagina é suja, cheia mal e deve ser escondida.

Embora a prática não seja obrigatória e o gosto de cada um deva ser respeitado, quem sente um bloqueio inconsciente na hora de se entregar à língua do par pode buscar ajuda profissional para investigar essa questão.

Ainda assim, não se deve problematizar tudo. É bom ter em mente que, em muitos casos, a companhia pode apenas não gostar da experiência - assim como não gosta de várias outras coisas no sexo ou na vida como um todo.

Fontes: Jéssica Hintz, sexóloga e terapeuta de casais; Lelah Monteiro, psicanalista e sexóloga; e Natali Gutierrez, sexóloga

*Com matéria publicada em 24/10/2022

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