Na direção, telas ou tapete vermelho: 10 mulheres que brilharam em Cannes
As mulheres foram o principal assunto da 77ª edição do Festival de Cannes, um dos principais eventos do cinema mundial, que aconteceu do dia 14 a 25 de maio, na cidade da Riviera Francesa. Apesar de ter apenas quatro produções comandadas por diretoras, as vivências de trabalhadoras do sexo, de mulheres refugiadas e transgênero eram temas de alguns dos 22 filmes que concorriam ao principal prêmio da mostra, a Palma de Ouro.
Por fim, "Anora", sobre uma prostituta que vive uma aventura ao se envolver com o herdeiro de um oligarca russo, levou o troféu de melhor filme. O diretor Sean Baker o dedicou às garotas de programa como sua protagonista.
Não foi, no entanto, apenas nas telas que as mulheres brilharam no Festival de Cannes. Elas também ganharam destaque nos bastidores, com prêmios nas categorias de direção e roteiro, e pelos looks no tapete vermelho - menos pelo ponto de vista fashion e mais, finalmente, pela mensagem que passaram com suas vestimentas.
Veja as 10 profissionais do cinema que brilharam no Festival de Cannes:
Payal Kapadia
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A diretora indiana de "All We Imagine as Light" foi a ganhadora do Grand Prix, segundo prêmio mais importante do Festival de Cannes.
O filme, sobre duas enfermeiras que fazem uma viagem para a praia a fim de lidar com seus problemas de relacionamento, marcou a volta do cinema indiano à seleção oficial do festival depois de 30 anos e a primeira a ganhar o Grand Prix.
Para receber o prêmio, Payal Kapadia subiu ao palco acompanhada de suas protagonistas, bem como de sua roteirista, e nos lembrou: "É preciso de uma vila inteira para fazer um filme".
Coralie Fargeat
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A diretora e escritora ganhou o prêmio de melhor roteiro pelo filme de terror feminista "The Substance", estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley.
De acordo com a mídia especializada, a produção, exibida no festival no dia 19 de maio, recebeu pelo menos 10 minutos de aplausos do público presente.
Karla Sofía Gascón
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A atriz espanhola não foi a única a receber a Palma de Ouro de melhor atriz pelo filme "Emilia Perez": ela divide a honraria com suas colegas de trabalho Selena Gomez, Zoe Saldaña e Adriana Paz.
Neste sábado (25), Karla se tornou a primeira mulher transgênero a ganhar o prêmio, o que ela lembrou em seu emocionado - e divertido - discurso de agradecimento.
A todas as pessoas trans que sofrem todos os dias com o ódio. Isto é para vocês. Todos temos a oportunidade de mudar para melhor, de sermos melhores pessoas. Se você é alguém que já nos fez sofrer, é hora de você também mudar.
Meryl Streep
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A atriz foi uma das homenageadas do Festival de Cannes com a Palma de Ouro Honorária. Além dela, George Lucas também recebeu o prêmio.
No discurso de agradecimento, Meryl lembrou que, há 35 anos, quando esteve no evento, achou que sua carreira artística havia acabado por estar completando 40 anos, idade em que atrizes costumam ser "esquecidas" pela indústria. Assim, o fato de estar ali, aos 74, recebendo aquela honraria era duplamente importante para ela - e para outras mulheres do cinema.
Sophie Fillières
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Falecida em julho de 2023, a diretora recebeu postumamente o prêmio da Sociedade dos Autores e Diretores Dramáticos, da Quinzena dos Cineastas, pelo filme "The Life of Mine".
A profissional, bastante aclamada na França, foi hospitalizada logo após de terminar as gravações do longa, que retrata, de maneira leve, os dilemas de uma mulher de meia-idade. Sophie estaria lutando contra uma doença há pelo menos dois anos e pediu para que os filhos finalizassem a produção.
Viv Li
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No curta-metragem de 15 minutos "Across the Waters", a cineasta chinesa narra a trajetória de uma menina, moradora de uma vila remota da China, onde não há nem mesmo sinal de rádio, que fica fascinada pela música que escuta no walkman de um caminhoneiro de passagem.
Indicada à Palma de Ouro na categoria de curtas, Vib foi a vencedora do Prêmio L'Oréal Paris Lights on Women's Worth. A iniciativa celebra o trabalho de diretoras de curtas selecionadas pelo Festival de Cannes e busca apoiar o ecossistema para que mais mulheres possam comandar produções cinematográficas.
Gabriela Carneiro da Cunha
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A atriz e produtora brasileira estreou como diretora com o documentário "A Queda do Céu", que mostra a visão dos yanomamis sobre a sociedade não-indígena. O filme foi o representante brasuleiro na mostra Quinzena dos Cineastas.
Apesar de Gabriela já ter ido ao Festival de Cannes com sua produtora, esta é a primeira vez que ela esteve na competição como uma das diretoras da produção, com quem divide o comando com o sócio Eryk Rocha.
Rungano Nyoni
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A diretora ganhou o prêmio de melhor direção da mostra Um Certo Olhar pelo filme "On Becoming a Guinea Fowl", uma comédia dramática feita em parceria entre Zâmbia e Guiné que discute as relações humanas e de gênero nos países.
O filme feito pela profissional, nascida na Zâmbia e criada no País de Galés, foi a primeira produção zambiana e guineense a estar em cartaz na mostra, que acontece paralelamente ao Festival de Cannes.
Cate Blanchett
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Qualquer manifestação política foi fortemente desencorajada pela organização do Festival de Cannes, mas a atriz burlou a orientação ao usar um vestido preto com forro verde de Jean Paul Gaultier que, ao ser contrastado com o tapete vermelho, fazia menção à bandeira da Palestina.
A artista sempre foi uma importante ativista pró-Palestina e aproveitou a ocasião para mostrar, novamente, sua posição política.
Laura Blajman-Kadar
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A produtora de eventos e uma das sobreviventes dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, também usou seu visual como estandarte para manifestações: a profissional atravessou o tapete vermelho com um casaco, mas, nas escadarias, mostrou um vestido amarelo com fotos de israelenses mantidos reféns pelo grupo radical.
A cor da peça é uma homenagem também ao luto das pessoas que perderam familiares nos ataques.
8 comentários
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Paulo Ribeiro de Carvalho Jr
Demi Moore ressuscitada direto do ostracismo. Continua bonitona e atraente.
Maria Maria
Festival de CANNES ja era ,a sra Meryl Streep e Cate Blanchet o resto reles deconhecidos ,o brasil fala serio ONGS? indigenas?me poupem como sempre o sr frances de Marrocos e o sr indigena ect e da sua ONGS ectce quem contribuio?
Edvander Richard Borges
Porque ninguém perguntou para essas atrizes sobre o Muro com o México, continua lá e o EUA continuam deportado...