Chega de tabu: já está na hora de você entender sobre o cheiro da vagina
Colaboração para Universa
05/06/2024 04h00
Muitas mulheres confundem os cheiros na região genital: vagina, vulva e virilha têm odores diferentes, e é importante conhecê-los para naturalizá-los.
A vagina tem um cheiro característico e não é preciso ter vergonha do odor natural dessa área. O corrimento (isto é, a secreção vaginal) também é algo que devemos tratar com naturalidade. São as variações de cheiros, na verdade, que podem ser um sinal de desequilíbrio do organismo.
Confira fatos que toda mulher (e todo homem) deveria saber:
Cada mulher tem o próprio cheiro
Assim como o odor corporal varia de pessoa para pessoa, o cheiro de uma vagina nunca é igual ao de outra. Seu resultado vem da eliminação natural de secreções e odores resultantes do processo fisiológico de renovação celular. Além disso, o cheiro próprio da vagina também está relacionado às glândulas sudoríparas existentes na região inguinal. Na maioria das vezes, o odor é suave, pouco perceptível e pode mudar de intensidade e características de acordo com as fases do ciclo menstrual.
Além do próprio ciclo menstrual, vários fatores podem interferir no cheiro. Exemplos? Medicamentos, calças muito apertadas, calcinhas de materiais que não sejam o algodão, hábitos de higiene etc.
Não exagere na higiene
Assim como a falta de higiene, o excesso de limpeza também pode oferecer riscos, já que pode-se alterar a flora normal da vagina e facilitar o crescimento das bactérias patogênicas que causam corrimento.
O indicado é lavar a região uma ou duas vezes por dia, tendo sempre o cuidado de lavar a genital antes das nádegas para não trazer sujeira do ânus para a vagina. É importante usar o sabonete líquido íntimo porque seu pH dificulta o crescimento de bactérias que causam corrimento e mau cheiro. Durante a menstruação, deve-se lavar mais vezes.
Produtos cheirosos: usar ou não?
Há um jeito certo para usar absorventes que neutralizam o cheiro, sabonetes íntimos e lenços umedecidos. Os absorventes de uso diário devem ser de algodão, sem perfume e os mais finos possíveis, para não abafarem a vagina e não provocarem irritações. E, apesar do nome, os especialistas não recomendam usar todos os dias.
Em comparação aos comuns, os sabonetes líquidos têm o pH ácido semelhante à vagina, o que é positivo para a região. O ideal é lavar só a parte externa (a vulva), tendo o cuidado de higienizar entre os grandes e pequenos lábios e enxaguar bem para retirar todo resíduo. Já os lenços umedecidos devem ser usados esporadicamente só quando a mulher estiver fora de casa.
O uso de perfumes não é recomendado. Nada de usar papel higiênico aromatizado ou talcos e fragrâncias para deixá-la mais cheirosa. Da mesma forma, fuja de sabonetes muito perfumados, que podem causar coceira e inflamação, provocando o efeito contrário ao desejado.
Cuidado com produtos eróticos
Cosméticos eróticos podem ser usados, mas com moderação. O uso frequente de lubrificantes com sabores e aromas específicos, hot balls e géis próprios para sexo oral merece cuidado, pois eles podem alterar a flora vaginal e facilitar a proliferação de bactérias e fungos patogênicas, ou seja, que causam infecções.
Duchas vaginais: pode dispensar!
Não é indicado lavar internamente a vagina sem orientação médica. Muitas mulheres querem ficar cheirosas antes ou depois de uma sessão de sexo e se sentem mais seguras após recorrerem à ducha vaginal. Outras gostam de se limparem depois da menstruação ou enxaguar um corrimento, mas nada disso é necessário, porque seu corpo é capaz de eliminar naturalmente vestígios de sangue, sêmen e secreções.
Esperma pode gerar odor ruim
Sexo sem proteção com frequência costuma alterar a flora normal da vagina, pois o esperma modifica o pH ácido dela. Esse desequilíbrio causa a proliferação de bactérias anaeróbias e, em especial, uma chamada gardnerella. Nessa circunstância, pode haver um odor desagradável associado ao "cheiro de peixe".
Nem todo odor indica problema
Se você é daquelas que se implicam com cheiros vaginais e acha que todo odor indica problemas, saiba que isso é absolutamente normal. Quer dizer, até pode ser que algo não esteja bem, mas, nestes casos, costuma haver outros sintomas que confirmam a necessidade de procurar um médico.
Se houver desequilíbrio da flora vaginal, um micro-organismo diferente pode se desenvolver e causar uma infecção. Por isso, é necessário ficar atenta a alguns sinais, associados à piora do odor - o cheiro, aliás, costuma ser comparado ao de peixe podre. Os principais indícios são:
corrimento (que pode ser branco, acinzentado, amarelo ou esverdeado, com aspecto de leite coalhado);
coceira vaginal;
dor pélvica;
ardência para urinar;
dor durante a relação sexual.
*Com reportagens publicadas em 24/04/2018, 30/08/2019 e 03/02/2020