'Que bom que eu fiz': o que famosas que abortaram já falaram sobre assunto

O que tem de ser frisado é que, apesar de eu ter todas as informações a que tive acesso sendo criada por uma mulher muito informada, com uma cabeça muito aberta, aconteceu. E, comigo, aconteceram duas vezes. Isabel Teixeira à Universa, em 2022

A atriz passou pelos procedimentos com o apoio da família e do então namorado. Ela conta que não tinha percebido o tamanho do tabu em torno do aborto até ver a repercussão de sua primeira fala sobre o assunto, à revista Marie Claire.

"Quando entendi que uma experiência pessoal minha tinha essa dimensão, pensei: 'Será que digo isso de novo?'. Mas estou repetindo para você e, se me perguntarem, afirmo de novo: essa deveria ser uma escolha de todas as mulheres", completou.

Débora Bloch

Hoje mãe de dois adultos, Débora fez um aborto aos 20 anos. Ela engravidou sem querer de um namorado e conta que não teve nenhum tipo de arrependimento depois que decidiu não seguir com a gravidez.

A repercussão da declaração, feita em 2015 para a revista Marie Claire, espantou a atriz, que reafirmou ser a favor do ato.

Eu acho uma loucura essa repercussão. (...) A gente sabe que tanta gente se arrisca, sofre. Sou a favor que o aborto seja legalizado porque ele existe e está ai. afirmou Débora, em 2015

Astrid Fontenelle

Sem dar muitos detalhes, a apresentadora falou pelo assunto pela primeira vez em 2015, durante o "Saia Justa" do GNT. Ela tinha 18 anos e teve que vender uma joia da mãe para pagar pelo procedimento.

Quando decidi que iria falar, eu e GNT nos preparamos para isso. Já havia redes sociais e ali precisava ter um limite. Contei minha verdade. Ninguém faz aborto porque quer, é muito sofrimento, opressão, medo, distância. Você sofre sozinha, sem dividir com ninguém. Contei emocionada, não é algo de que me orgulhe, mas, naquele período, para nossa surpresa, fui muito bem acolhida. lembrou Astrid à Universa, em 2022

Sônia Braga

A atriz de 74 anos nunca teve filhos e fez alguns abortos ao longo da vida. Ela exaltou a importância de um acompanhamento médico de qualidade e se posicionou a favor da descriminalização do procedimento.

No primeiro, eu era muito criança. Tinha 17 anos. Se não tivesse um médico de confiança, eu poderia ter morrido. Crime é o aborto não ser legal no Brasil. Não pode ter restrição. Pelo contrário. Tem que educar e facilitar isso para as mulheres. Já conseguiram fazer a delegacia da mulher. Agora tem que cuidar da saúde delas.afirmou Sônia à revista Elle, em 2016

Betty Faria

A eterna "Tieta" disse que abortos são "traumatizantes", mas que não se arrependeu de ter passado pelo procedimento com a ajuda de "bons médicos".

Betty se posicionou a favor da legalização e de uma discussão focada na opinião de quem pode engravidar.

Quem tem que resolver de aborto é a mulher. Inclusive na política. As deputadas e senadoras é que têm de votar essa causa, não os políticos homens e machistas. Uma mulher estuprada, uma mulher que teve uma noite ou um relacionamento que não lhe serviu tem que carregar um filho nove meses e criar pro resto da vida aquilo? Que é isso? Que bom que eu fiz. Abortos são momentos que traumatizam, que você se lembra. Mas que bom que eu fiz. Eu não queria ter aquele filho. E eu sempre tive bons médicos. Caros. Competentes. E fim de papo. afirmou ela à Universa, em 2018

Vera Zimmermann

Vera fez um aborto aos 26 anos. Ela afirmou que não se arrepende do procedimento e é "totalmente a favor da legalização", desde que não aconteça repetidas vezes com a mesma pessoa.

Acho que foi importante ter feito o aborto. Não tinha a menor condição de ser mãe na época. Só teria filho se realmente fosse fruto de um amor, e isso não aconteceu. (...) Acho uma loucura a quantidade de abortos que as mulheres fazem. Quando fiz, me senti muito culpada por não ter me protegido, por não ter me cuidado. Essa consciência, o ser humano tem que ter. Sou totalmente a favor da legalização do aborto, mas na segunda vez que a pessoa vai fazer, não. afirmou ela em 2012, à Quem

Luiza Brunet

A modelo fez dois abortos, um aos 17 anos e outro já mais velha, quando o filho Antonio tinha nove meses.

Ela contou à Universa que na primeira ocasião, ainda na adolescência, "teve que optar entre a carreira e um filho" e tomou uma "decisão consciente".

Em outras ocasiões, Brunet já destacou ser a favor do procedimento.

Principalmente em caso de estupro ou risco de vida. A educação sexual é muito importante e a gravidez precoce tem a ver com a falta dela em casa. (...) Eu abortei em 1979. Na minha casa não havia espaço para falar do assunto, existia um tabu. Casei com 16 anos e engravidei enquanto estava trabalhando e estudando. A decisão foi solitária. Não poderia ter um filho na época, ajudava minha família. contou à "Glamour", em novembro de 2017