47% das mães têm menos de 1h para si e 88% superam 1h com tarefas da casa

Os números não mentem: 47,2% das mães brasileiras têm menos de uma hora por dia dedicada para elas mesmas. Dessas, 8,8% dizem não ter tempo algum, 6,3% dizem simplesmente não fazer nada por elas, enquanto 32,1% conseguem no máximo uma hora para atividades voltadas a si mesmas. O estudo foi um dos dados utilizados na criação de Materna, o hub de conteúdo de Universa focado em acompanhar a gravidez de gestantes. Para receber newsletters semanais, basta se inscrever no box abaixo.

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A pesquisa se chama "Estudo Materna: o que pensam e querem as mães", e foi realizada em dezembro de 2023 com mil mulheres, com a metodologia de Mind Miners, plataforma especializada em Consumer Insights.

E quanto mais recente a maternidade pior. O índice sobe 8% quando olhamos exclusivamente para as mães de primeira viagem: 55% delas disseram não ter nem uma hora por dia para atividades para si. Dentro desse índice, 18,7% afirmaram não ter tempo algum, enquanto 36,36% conseguem até no máximo 60 minutinhos para si na rotina.

Conforme vão tendo mais filhos, o número diminui, mas continua expressivo: 48,5% das mães de três relatam não ter ou ter no máximo a tal uma hora diária.

Tudo começa ainda na gestação e aumenta conforme a chegada do filho se aproxima. No primeiro trimestre de gravidez, 30,3% das grávidas dizem não ter uma hora do dia para si, no segundo trimestre esse número aumenta para 32% e no terceiro ele sobe vertiginosamente para 56,25% - mais do que o maior encontrado (quando olhamos para as mulheres que têm o primeiro filho).

Na pesquisa, as participantes puderam separar o que de fato seria tempo focado exclusivamente nelas (pense em uma hidratação capilar ouvindo música, por exemplo) de momentos para estudo, lazer ou atividade física. E esses números também não são positivos: 54,6% não têm uma hora por dia nem para estudar; 36,1% não chegam aos 60 minutos de entretenimento; e a maioria (55,9%) não conseguem esse "tempinho" para se exercitar.

Em contrapartida, 87,9% delas cuidam de tarefas da casa por mais de uma hora por dia, sendo que 10% passam mais de 13 horas focadas nisso. Da mesma forma, 91,7% das mães passam mais de uma hora diária cuidando dos filhos, e quase a metade delas (41,3%) dedicam mais que a metade do dia (13 horas ou mais) à maternidade.

Recortes de raça e classe expõem nuances de desigualdade entre as mães brasileiras. Se na classe A, 22,15% delas dizem não chegarem a uma hora por dia realizando atividades para si, na classe D elas somam mais que o dobro: 57%. E se 46,23% das mães brancas não têm 60 minutos para elas mesmas, 39,23% das mulheres pretas vivenciam a mesma situação e 50,22% de mães pardas relatam o mesmo.

Necessidades básicas x Autocuidado

A única atividade que ocupa um pouco mais de tempo na rotina materna brasileira é dormir: a maioria (53,10%) dorme entre 5 e 9 horas diárias. Ainda bem. Trata-se de uma necessidade básica do ser humano, como comer e ir ao banheiro.

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Ainda assim, 36% das mulheres com filhos disseram dormir até 5 horas por dia e, acredite, 6,8% delas afirmaram não dormir nem uma hora por dia. Como o sono é uma das maiores dores maternas, essa foi a única necessidade básica que teve uma pergunta só para ela dentro do estudo; as outras (como tomar banho ou ir ao banheiro) ocupam minutos dentro do (pouco) tempo que as mães têm para si diariamente.

Os números refletem debates que vêm ganhando espaço, pouco a pouco, nas redes sociais - com depoimentos reais de mães, famosas e anônimas.

A sociedade tem a cultura de romantizar o sacrifício materno... E a gente acaba confundindo necessidade básica com autocuidado. Então resolvi fazer um vídeo ilustrando.

Samara Felippo, atriz, mãe, autora e produtora

Em um vídeo postado em seu perfil no dia 9 de março de 2024, Samara mostrou, por exemplo, que banho é necessidade enquanto meditação é autocuidado, e compara outras situações como receber uma massagem e comer ou fazer uma skin care e fazer cocô.

Acredite, há mães que não tem tempo nem para isso. "Tem dias que nem as necessidades básicas eu consigo", reforçou uma das seguidoras da artista. Outras publicaram comentários como: "O pior é quando pedimos ao pai para olhar a criança enquanto fazemos nossas necessidades básicas e (ele) acha que está fazendo um favor", "Eu ando fazendo só o básico".

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A sobrecarga materna, quase na maioria das vezes, não está permitindo que mulheres com filhos sequer possam ter tempo de realizar atividades ou manterem hábitos essenciais para se manterem saudáveis, seja física ou mentalmente. E isso soa ainda mais preocupante se levarmos em conta de que esse descompasso na agenda surge logo que elas constatam o Beta HCG positivo.

Para apoiar mães, tirar dúvidas e ajudar a elaborar as diversas questões que aparecem com a gravidez, se inscreva na newsletter de Materna, um hub de conteúdos essenciais e também fora da caixa sobre maternidade. O box para cadastro fica logo após o primeiro parágrafo dessa reportagem.

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