Tabata falou sobre pai ao UOL em janeiro: 'Brilhante, mas sem oportunidade'

A pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) rebateu nesta quinta-feira (4) ofensas feitas por Pablo Marçal, adversário dela na disputa municipal. O pré-candidato mentiu ao falar da morte do pai de Tabata por suicídio quando ela tinha 17 anos.

Tabata já havia detalhado as circunstâncias da morte do pai em janeiro, ao videocast "Desculpa Qualquer Coisa", apresentado por Tati Bernardi.

O que Tabata falou ao videocast

O pai fora uma vítima da falta de oportunidades e da desigualdade, segundo Tabata. De acordo com ela, isso a ajudou a entender como a ausência da educação pode causar "morte e desesperança".

Na entrevista, ela comparou a sua vida com a do pai: "O mundo estava aberto para mim por conta da educação, das bolsas de estudo que recebi. Meu pai morreu com 39 anos de idade para o crack. Um homem brilhante."

Ela diz que o pai escrevia o que via na rua e também organizava torneios de xadrez para o irmão. "Mas não teve oportunidade, nenhum acolhimento para tratar de sua saúde mental."

O pai da deputada enfrentava problemas de alcoolismo. Durante a adolescência de Tabata, ele se tornou usuário de crack. O homem tirou a própria vida poucos dias depois de a filha receber a notícia de que havia sido aprovada em Harvard com bolsa de estudos completa em 2012. Ela quase desistiu da vaga, mas professores da escola em que estudava a motivaram a continuar.

A pré-candidata conta que, no fim da vida, o pai foi diagnosticado com bipolaridade. "Meu pai estava doente", disse. "Não tinha nada a ver com a fé dele, a moral dele. Meu pai é um homem bom", completou.

Segundo relatou na entrevista, os dois tinham uma relação bastante próxima. Ele deixou para ela cadernos em que escrevia sobre a desigualdade e o que observava na rua. Mas ela comentou na entrevista que ainda não havia conseguido ler os manuscritos. "É um processo", explicou.

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Marçal sobre morte de pai de Tabata

O assunto da relação de Tabata com o pai voltou à tona nesta quinta-feira (4), após ela publicar um vídeo nas redes sociais reagindo a ofensas feitas por Pablo Marçal, um dos oponentes na disputa municipal.

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Marçal mentiu ao dizer que a deputada federal teria abandonado o próprio pai para ir aos Estados Unidos e que o deixou morrer. "Igual imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo", disse em entrevista para um podcast da revista "Isto É".

Em resposta, Tabata gravou um vídeo e chamou o ataque de "nojento" e "perverso". Ela negou que estivesse fora do Brasil quando o pai morreu. "Foi o momento mais difícil da minha vida. Mas eu estava quando ele morreu, eu não estava fora. Essa baixaria sequer faz sentido."

Em outra ocasião, Marçal atacou Tabata pelo fato de a deputada não ter marido ou filhos. "Ela tem um bom garoto que ela namora, mas não sabe qual o problema de um casamento, o problema do que é ter filho, ela não dá conta de cuidar da cidade como você imagina", disse. A deputada respondeu dizendo que a fala era machista.

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