Quer transar no pós-parto? Há alguns truques para vocês curtirem o momento
De Universa*
18/07/2024 04h00
Depois de dar à luz, as mulheres passam por uma série de sensações conflitantes, até mesmo em relação ao corpo e ao sexo.
Para encarar essa fase de forma muito mais tranquila, Universa preparou um guia sobre o que fazer quando se sente desejo após o parto:
No pós-parto, é comum achar que a região genital ficou meio esquisita. Também pudera: todo o organismo se preparou e se adaptou para a gestação e o parto. Antes da gravidez, o útero pesa 50 gramas. Ao final, chega a atingir um quilo.
A musculatura se distende, especialmente a do assoalho pélvico, e as estruturas aumentam de volume para a passagem do bebê.
A queixa sobre sentir a vagina larga é transitória na maioria dos casos.
Na verdade, o que determina a perda crônica da elasticidade devido à frouxidão muscular é o número de gestações, possíveis lesões perineais e o ganho de peso.
Parto normal não diminui a quarentena
Por mais que a recuperação do parto normal seja mais tranquila do que a da cesárea, o período de resguardo é o mesmo: cerca de 40 dias, sob orientação médica.
Antes disso, nada de sexo com penetração.
É preciso esperar o útero voltar ao tamanho normal e o colo fechar novamente. Antes de retomar a atividade sexual, o sangramento e as secreções — normais nesse período — precisam ter acabado, para evitar infecções.
Sexo sem penetração: tá liberado!
O resguardo proíbe a penetração vaginal e anal.
Mas, se a mulher estiver animada, isso não impede de apostar em outras saídas eróticas: sexo oral, masturbação, massagens, beijos e amassos são permitidos e muito bem-vindos.
A intimidade e o carinho entre o casal devem até ser estimulados.
Não ter tesão é normal
Não é porque o médico liberou, que toda mulher já sai do consultório se sentindo preparada para o sexo.
A avalanche hormonal atinge a libido — e tudo bem! O foco de toda mãe é o filho e isso é perfeitamente OK.
A mãe fica cansada por não dormir nem comer direito e muitas vezes prefere dedicar qualquer folguinha ao descanso, e não ao sexo.
Além disso, ela precisa lidar com a nova rotina e com o filho.
Com o passar dos meses, as coisas vão se encaixando, o leite vai diminuindo, o bebê passa a comer outras coisas e a dormir mais e a vida e a libido vão voltando ao normal.
A primeira vez depois do parto costuma doer
Isso acontece primeiro pelo tempo sem penetração.
O segundo é porque a amamentação dificulta a lubrificação, causando desconforto.
Invista nas preliminares e use lubrificante. Caso o incômodo continue, consulte o médico.
Não se assuste com o sangue
Quando você volta a transar, pode haver um pequeno sangramento.
Às vezes, ainda fica um filete de sangue no útero, que é eliminado com a contração durante o orgasmo.
O sangue também pode aparecer por causa do ressecamento vaginal — por isso é bom usar lubrificante nas primeiras transas pós-parto.
Se houver sangramento persistente com dor ou cheiro ruim, consulte seu médico para ver se não há uma infecção.
Durante a transa, pode sair leite dos seios
Durante o orgasmo é liberada a ocitocina, mesmo hormônio que faz o leite sair pelos mamilos.
Não fique constrangida por causa disso. Se preferir, use sutiã ao transar
Você pode engravidar, sim!
Teoricamente, os hormônios da produção de leite inibem a ovulação, principalmente em quem faz amamentação exclusiva e de livre demanda.
Porém, como alguns bebês mamam de forma irregular, pode ocorrer uma ovulação e o retorno da menstruação.
Se não quiser correr o risco de engravidar, é melhor bater um papo com o médico e escolher um contraceptivo compatível com a amamentação.
Não há nada de errado com seu corpo
Fuja de exemplos irreais, como o de celebridades que recuperam a forma em poucos dias, e seja generosa com você mesma.
Tenha paciência, não se cobre e muito menos julgue a si mesma.
Não queira que um corpo que viveu nove meses de transformações volte ao que era antes em poucos dias.
Seu corpo acabou de gerar uma vida, de passar uma experiência maravilhosa e empoderadora. Dê tempo ao tempo e curta as descobertas.
Fontes: Alberto Guimarães, ginecologista, obstetra e um dos criadores do programa Parto Sem Medo; Cecilia Pereira, ginecologista da All Clinik, do Rio de Janeiro (RJ); Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP); Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra, autor do livro "Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra" (Segmento Farma), e Vamberto Maia, ginecologista e especialista em reprodução humana assistida da Clínica Mãe, de São Paulo (SP)
*Com matéria publicada em 09/04/2023