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Meditação, ioga e mais: 7 práticas asiáticas que prometem turbinar o sexo

O ioga, por sua vez, beneficia a respiração, a consciência corporal e o fortalecimento muscular. Imagem: Canva

Colaboração para Universa*

20/07/2024 04h00

Sempre que pensamos em países como Índia, China e Tailândia, palavras como mistério, exotismo e exuberância vêm à nossa mente — e, ainda, relaxamento, calma e serenidade.

Todas essas características também fazem parte dos rituais e práticas envolvendo sexo em tais culturas, sendo que a maioria prega que o controle e a tranquilidade da mente ajudam a melhorar - e muito! - nossa performance na cama.

Segredos sexuais do outro lado do mundo

Que tal se inspirar nas práticas e heranças seculares, nascidas no outro lado do mundo, para fazer um upgrade na sua vida sexual? Siga as dicas:

Aposte na meditação

A prática ancestral de autoconhecimento, nascida no lado oriental do mundo, tem o poder não só de acalmar a mente, mas de permitir uma maior consciência corporal que se reflete na sexualidade. Sabe aquelas transas em que você não para de pensar no volume de trabalho que tem de entregar no dia seguinte ou nos boletos que não param de se multiplicar?

A meditação ajuda a domar esses pensamentos, ao fazer com que você viva plenamente o momento presente. Isso acontece principalmente por conta do controle da respiração, que nos mantém energeticamente mais presentes e inteiros nas situações.

Respirar corretamente, inclusive, faz com que a musculatura relaxe, predispondo ao orgasmo. Também aumenta a irrigação e a oxigenação dos tecidos, resultando numa melhor lubrificação vaginal. Outros benefícios são o domínio da ansiedade, levando a curtir mais toda a experiência, desde as preliminares, e maior aceitação do próprio corpo.

Pratique tai chi chuan e/ou ioga

Se você acha que tai chi chuan é atividade física de velhinha no parque, precisa rever com urgência seus (pre)conceitos. A arte marcial chinesa, na verdade, é uma espécie de meditação em movimento, que alonga todo o seu corpo, deixando-o "tinindo" para experimentar novas posições e ter mais fôlego e menos ansiedade durante o sexo.

Os exercícios só passam a impressão de leveza porque, na prática, trabalham toda a musculatura, a postura e a resistência. Outra vantagem é que, como os movimentos são suaves, a pessoa ganha leveza e tranquilidade nos gestos e carícias.

O ioga, por sua vez, beneficia a respiração, a consciência corporal e o fortalecimento muscular. Alguns asanas (posições) dessa prática indiana aumentam a irrigação sanguínea dos órgãos sexuais e são a cereja do bolo do tantra ioga. Como a técnica lida, em especial, com a flexibilidade e o senso de espaço, variar as posturas na cama fica muito mais fácil.

Coloque no prato princípios do ayurveda

A terapia faz parte da medicina indiana e utiliza alimentos e ervas medicinais (vajikaranas) com propriedades afrodisíacas e a finalidade de aprimorar a vitalidade sexual, seguindo os preceitos da bíblia da filosofia, o "Charaka Samhita".

É fundamental consultar um especialistas capaz de recomendar o cardápio certo para cada pessoa, levando-se em conta suas necessidades, mas os ingredientes mais conhecidos são: aspargo, cravo-da-índia, alho, ginseng, hibisco, semente de lótus, cebola, açafrão e inhame.

Segundo o ayurveda, alguns desses alimentos (shukrala) ajudam a aumentar a produção de espermatozoide e até de leite materno. O sistema nervoso e a energia mental também são beneficiados.

Se jogue no poder do tantra

Os drávidas, povo que vivia antigamente na região norte da Índia, criaram uma técnica peculiar para alcançar o prazer máximo no sexo. Seus fundamentos ecoam até hoje no imaginário do Ocidente e, segundo os praticantes, cumpre MESMO tudo aquilo que promete.

"Tantra" vem do sânscrito "tantori", que significa "atingir o êxtase". A técnica pede calma, mente livre de preocupações e pressa zero de obter o orgasmo. Os beijos devem ser suaves, começando pelo ato de sugar os lábios, para só depois se tornarem mais calorosos.

Um princípio básico do tantra é atingir o chamado Svadhisthana Chakra, em terras ocidentais comumente conhecido por ponto G.

Para isso, preconiza que a mulher deve ficar, na maioria das relações, por cima do par ou ser penetrada por trás, de bruços ou de quatro. E atenção: a escuridão é o inimigo número 1 do tantra, que sugere sempre transar com luzes acesas ou sob lâmpadas suaves em tons de laranja, de ação revitalizante, ou violeta, que evoca misticismo e mistérios. Além disso, o sexo tântrico requer muito olho no olho, inclusive durante a penetração.

Leia manuais de sexo

A literatura erótica do outro lado do mundo é riquíssima e fonte de inspiração até hoje para quem deseja incrementar a vida sexual. O maior expoente, evidentemente, é o "Kama Sutra", escrito no século IV pelo teólogo indiano Mallanaga Vatsyayana. O nome significa "Ensinamentos (sutra) do Amor (kama)".

Escritos em sânscrito, os textos dão dicas sobre beijos, preliminares e, principalmente, posições sexuais - a obra original apresenta 529 variações!

Tudo bem que poucas diferem absurdamente das outras - o que muda é o jeito de posicionar um braço ou elevar as pernas -, mas é divertido conferir nomes sugestivos como "borboleta esvoaçando" (quando a mulher monta o homem), "trilha do tigre" (penetração por trás) e "tocar flauta" (sexo oral no parceiro).

Outra preciosidade é o "Ananga Ranga", manual sexual escrito no século XV, também na Índia, por Kalyana Malla. O autor defendia que um relacionamento não vai muito longe se houver rotina no sexo.

Isso explica o conteúdo do livro, que apresenta desde uma descrição detalhada das zonas erógenas femininas e masculinas (elas vão muuuuito além da região genital, viu?) até informações sobre como a lua influencia na libido. Ah, sim, conta com uma diversidade de posições, é claro!

Experimente a dança do ventre

Empoderamento, expressão da feminilidade, melhora da autoestima e autoconhecimento são alguns dos ganhos da dança do ventre, arte milenar que surgiu no Oriente Médio e na Ásia Meridional.

Por exigir muita contração abdominal, a prática acaba fortalecendo a musculatura da região e se tornando uma aliada e tanto para a força e a resistência na hora do sexo. Os movimentos também afloram a sensualidade feminina.

Torne-se aprendiz de pompoarismo

Técnica milenar que teve origem na Índia e foi aperfeiçoada na Tailândia, o pompoarismo se tornou conhecido no Ocidente através dos estudos do ginecologista americano Arnold Kegel nos anos 1940. O médico criou uma série de exercícios, posteriormente batizados com seu nome, para fortalecer os músculos vaginais femininos. O objetivo era combater a flacidez local e, de quebra, garantir mais prazer no sexo.

O pompoarismo consiste em aprender a fazer, de forma voluntária, as contrações que acontecem de forma involuntária - é como se você precisasse segurar o xixi, sabe? Para isso, existem bolas (as chamadas ben-wa) e pesinhos e cones vaginais que auxiliam o ato de sugar e expulsar.

O trabalho constante da musculatura pélvica faz com que ela se torne mais flexível, melhorando as sensações durante o sexo e, para quem sofre de vaginismo, diminuindo a dor na hora da penetração.

Fontes: Anand Siddhen, estudioso; Iva Bittencourt, personal trainer, de São Paulo (SP); Roberto Debski, psicólogo e especialista em acupuntura e homeopatia pela AMB (Associação Médica Brasileira); e Vanessa Kryss, terapeuta holística e mestre de ioga, de São Paulo (SP)

Livros consultados: "O guia dos curiosos - Sexo" (Panda Books), de Marcelo Duarte e Jairo Bouer; e "Uma Breve História do Sexo" (Ed. Gaia), de Claudio Blanc

*Com matéria publicada em 16/02/2020

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