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Desculpa Alguma Coisa

Tati Bernardi faz entrevistas malucas e inesperadas com pessoas que você adora


Theo Cochrane: maravilhas e traumas de ser filho de Marília Gabriela

28/08/2024 12h00

Convidado do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, o ator, apresentador e figurinista Theo Cochrane revelou detalhes sobre a relação com a mãe, a jornalista Marília Gabriela. Mãe e filho estão em cartaz em São Paulo até o dia 27 de outubro com a peça "A Última Entrevista de Marília Gabriela", em que refletem sobre a dinâmica do relacionamento.

"A peça tem essa estrutura de relação mãe e filho, é autoficcional. Os traumas de ser um aposto, de não ter nome, de ser 'o filho da Marília Gabriela'. Falamos muito desse mito que é a Marília Gabriela, dessa referência, e como nossa relação se estabeleceu", explicou.

Ele explicou que a ideia do espetáculo surgiu após passarem uma temporada morando juntos. "Meu pai morreu e fui para Portugal com a minha mãe, ela com as manias de velha dela. (...) Repetir histórias várias vezes, reclamar do funcionamento do intestino. E eu vendo essas pequenas manias e resolvendo todas as coisas burocráticas, e fui me irritando um pouco. E ela me achando sem paciência, grosseiro. (...) E ela, no auge do brilhantismo, falou: 'acho que a gente tem que fazer uma coisa da nossa dinâmica mãe e filho'".

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"No final de semana ficava ótimo, mas durante a semana eu ficava muito deprimido. (...) Chegou uma hora que caiu essa ficha em mim e falei: vou parar. Começou a abstinência junto com a minha mãe, com o luto, o desemprego, a distância do namorado. Aí minha terapeuta falou: chegamos ao seu diagnóstico. E comecei a tomar o remédio certo e a terapia direcionada pra isso".

Ele também comentou sobre a importância de falar sobre saúde mental e buscar ajuda especializada. "Falo muito sobre isso, sobre descobrir os distúrbios que todo mundo tem, ou tem alguém próximo que tem, ou já foi afetado pelo distúrbio, pras pessoas terem consciência e tratarem."

Um bom diagnóstico é salvador. Theo Cochrane

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"Entrei na Escola de Arte Dramática e aí falavam que tinha que experimentar. A gente fazia umas dinâmicas de trote, e hoje em dia eu paro pra pensar que fui abusado, e abusei de muita gente. Tipo assim, você é ator, como assim você não vai beijar homem na boca? Aí eu beijei, senti atração e pensei: acho que tá rolando um negócio".

Ele também falou sobre o bullying que sofria na infância. "Como eu fui sempre uma pessoa expansiva, eu falava: 'não é nada disso!' E cuspia na cara das pessoas, dava tapa na cara, saía na porrada. Eu sempre fui uma criança reativa, que não levava desaforo para casa".

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"É podre, surreal. As pessoas preferiam aceitar que o galã da novela das 21h era gay do que poderia namorar uma mulher mais velha, que tinha o dobro da idade dele. (...) A história que contam é que eu tinha ido pra Paris, aí fiquei viciado em heroína, e fui morar em um apartamento com um modelo mais velho que me tirou das drogas, o Reynaldo Gianecchini. (...) Virou um fetiche nacional."

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Ele contou que produziu o velório para que fosse um momento aconchegante e de união da família. "Cheguei no lugar e vi aquela luz fria, com aquela vibe de necrotério. Não. Eu quero uma coisa aconchegante. Cheguei pra mulher da casa funerária e falei: posso chegar mais cedo pra trazer umas gelatinas? Aquilo que você coloca no refletor pra dar umas cores. Aí fomos comprar as coisas que o papai gostava: café, pão de queijo, uns salgadinhos".

Acho que velório tem que ser uma coisa pra despedir, mas com uma vibe boa. Theo Cochrane

Desculpa Alguma Coisa no UOL

Sem medo de ser cancelada, a escritora e roteirista Tati Bernardi faz seus convidados falarem o que nunca falariam. Os episódios ficam disponíveis toda quarta-feira no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista à entrevista completa com Theo Cochrane:

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