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Dia do Sexo: 11 dicas para falar de orgasmo - e da falta dele - com o par

Imagem: iStock

Colaboração para Universa*

06/09/2024 19h00

Quase metade das mulheres tem dificuldade de falar sobre orgasmo e prazer com suas parcerias, conforme pesquisa realizada pelo aplicativo de relacionamento Inner Circle. De acordo com o resultado do levantamento, feito com mil usuários no final de julho, 82% não falam sobre gozar nem mesmo quando não chegam lá. No recorte feminino, 40,5% não abordam a questão, dentro ou fora da cama.

Apesar da premissa de que a intimidade vem com o tempo ser válida para a maioria das situações, algumas conversas acabam ficando de fora da pauta de um casal. Isso geralmente envolve assuntos desconfortáveis ou tidos como tabus - e o orgasmo entra nessa lista. Mas como puxar essa conversa que, por mais embaraçosa é tão necessária?

A dificuldade de falar sobre orgasmo com o par tende a ser consequência da repressão cultural da sexualidade, especialmente a feminina. O diálogo tem avançado nos últimos anos, mas ainda levará um tempo para o tema ser naturalizado.

Por isso, antes mesmo de falar sobre orgasmo na relação com o outro, é importante explorar a própria sexualidade, que vai muito além de apenas fazer sexo.

Manter o diálogo aberto com o parceiro sobre orgasmo é um dos pilares para desenvolver um relacionamento de segurança afetiva para os dois. Assim, cria-se um ambiente saudável, que impacta positivamente no sexo, gerando mais satisfação e cumplicidade.

Como falar sobre o orgasmo com o par

Reunimos dicas de especialistas para incluir tema entre os assuntos naturais (e essenciais) no dia a dia do casal:

Comece pelo autoconhecimento: a dificuldade de falar sobre o gozo e atingir o clímax pode estar na própria mulher e no pouco conhecimento que ela tem do próprio corpo. Por isso, é fundamental se tocar, explorar seus pontos de excitação quando está sozinha e descobrir como se dar prazer. Masturbação feminina, por incrível que pareça, ainda é um tabu e não há como ter relação prazerosa com o outro se a pessoa não estiver muito íntima dos meus caminhos de prazer.

Informe-se com qualidade: que tal tratar o orgasmo como algo que vai muito além da pornografia e, na maioria das vezes, da visão machista? Desse modo, o assunto se torna bem mais natural e, consequentemente, fonte de mais prazer. Há muitas pessoas, sexólogas e terapeutas, com livros e canais na internet, que falam sobre sexualidade e prazer feminino. Leia sobre o tema e assista conteúdo de qualidade.

Aposte no diálogo sutil: se é difícil ir direto ao ponto e falar sobre o próprio orgasmo, uma alternativa é perguntar ao outro como anda seu contentamento na cama. Questione se o par está satisfeito na hora do sexo. Iniciar a conversa dessa forma pode abrir as portas para que também possa se posicionar.

Fale através de exemplos: a abordagem indireta é um recuso bem útil, sobretudo para não se expor de primeira. Aborde assuntos que sejam do seu interesse em experimentar, citando casos da mídia ou de pessoas próximas. Diga: 'Eu estava conversando com uma amiga e ela disse que experimentou massagem tântrica e gostou muito. O que você acha do assunto?'

Antes do par, fale com uma amiga: se abordar o tema com o parceiro parece demais, considere bater um papo com outras pessoas de confiança, previamente. Ainda nessa linha de ganhar intimidade e tranquilidade com o tema, converse com uma amiga íntima. Compartilhe visões e até dicas.

Saia da rotina: fazer programações diferentes ajuda na construção de intimidade a dois, independentemente da fase da relação. E, quanto mais íntimo o casal for, maior será a abertura para a conversa, incluindo temas que sejam mais "difíceis". Que tal conhecerem um motel novo? Ou fazer uma viagem curta? Muitas vezes, desligar-se da rotina atual pode ajudar a criar ainda mais intimidade, facilitando conversarem sobre a relação e, também, o que dá prazer.

Exercite o toque: estratégias também são boas pedidas para o momento e uma das que funcionam bem envolve massagem. Pode ser ótimo pedir ao outro que massageie seu corpo, guiando-o e indicando o que gosta, o que não gosta e o que quer experimentar.

Proponha novidades na cama: outra recomendação é perguntar se o par tem há algum desejo sexual que os dois ainda não fizeram juntos. Assim, também pode dizer o que pode fazer chegar lá.

Brinquedinhos podem ajudar: levar sexy toys para a cama é uma maneira de, sutilmente, mostrar ao par o que precisa para chegar ao clímax. Além de render situações e momentos diferentes, é um jeito de estimular o papo sobre como ambos podem melhorar no intuito de proporcionar mais prazer ao par.

Exponha seus desejos: é possível fazer uma brincadeira capaz de turbinar a comunicação a dois através de uma dinâmica de "vontades". Cada um escreve dez coisas relacionadas ao sexo que tem vontade de experimentar, mas sem revelá-las. Depois, ambos dobram cada papelzinho e colocam num jarro. Semanalmente, basta escolher um deles e cumprir o desejo a ser realizado.

Não julgue: além de gozar e de qualquer outra abordagem envolvendo o sexo, é fundamental que um casal tenha diálogo aberto e fluido para tudo - e isso inclui escutar sem julgar.

Fontes: Camila Gentile, sexóloga sócia-proprietária da Exclusiva Sex; Crystal Cansdale, especialista em relacionamentos; Ediane Ribeiro, psicóloga especialista em trauma; e Jessica Hintz, terapeuta sexual e de casal

Com matéria publicada em 6/92022

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