Me Too Brasil: como opera a ONG que recebeu denúncias contra Silvio Almeida

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, recebeu denúncias de assédio, incluindo uma suposta denúncia por importunação sexual pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, nesta quinta-feira (5). A ONG Me Too Brasil tornou pública as acusações após reportagem do Metrópoles, de ontem.

"Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico", diz o texto divulgado pela ONG. Ele negou as acusações e a defesa do ministro fez onze questionamentos à ONG e requer respostas em até 48 horas.

O que é a ONG Me Too Brasil?

Organização sem fins lucrativos apoia vítimas de violência sexual no Brasil. A ONG oferece suporte jurídico, psicológico e socioassistencial gratuitamente para pessoas de todas as idades, mulheres e homens.

Criada em 2020, ONG é a versão brasileira do movimento Me Too. A campanha internacional contra assédio e violência sexual contra mulheres ganhou força em 2017 após a publicação na imprensa americana de duas investigações explosivas sobre as denúncias de abusos e estupros por parte do produtor de cinema Harvey Weinstein.

Na plataforma, as vítimas podem fazer denúncias ou divulgar seus desabafos no canal da organização. Também é possível se oferecer como voluntário da ONG.

Para denunciar, basta utilizar esse canal online. Na página, a vítima pode pedir apoio ou denunciar violência sofrida com outra pessoa. Outra opção é contar sua história, sem precisar necessariamente de algum tipo de auxílio da ONG.

Mais de 250 atendimentos já foram realizados, segundo a Me Too Brasil. Mais de 120 encaminhamentos já foram feitos, além de 420 voluntários cadastrados. Só no primeiro ano de existência, o Me Too Brasil recebeu 151 denúncias de violência sexual.

O Me Too Brasil atua, desde sua fundação há 4 anos, com o acolhimento e a escuta de vítimas de assédio sexual, inclusive quando o abuso é cometido por figuras de autoridade. Nosso trabalho sempre foi pautado pelo respeito e empatia às vítimas, garantindo o direito ao anonimato e prestando apoio psicológico e jurídico a quem nos procura. Com isso, ajudamos a romper o ciclo de silêncio e o estigma que acompanha tantas sobreviventes de violência sexual. ONG em post no Instagram

Fundadora e presidente, Marina Ganzarolli é advogada especialista em Compliance Cultural, Direito da Mulher e da Diversidade. Ela atua com mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ vítimas de violência há 15 anos, de acordo com o texto da ONG.

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Alicia Klein, colunista do UOL, é uma das embaixadoras do Me Too Brasil. Ao lado de Klein, há Patrícia Martins, que é diretora do Setor Público da Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação).

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

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