Caio Blat sobre streaming: 'Pessoas estão perdendo o hábito da TV aberta'
Convidado do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Tati Bernardi em Universa, o ator e diretor Caio Blat falou sobre os novos formatos de novelas para o streaming. Segundo ele, as novelas antigas estão perdendo espaço para produções mais curtas, em que os espectadores podem escolher onde e quando assistir.
"É um formato moderníssimo, achei sensacional esse modelo intermediário de 40 episódios. A novela não tem barriga, acontecem milhões de coisas em cada episódio. Eu acho esse o modelo ideal. Estamos passando por uma revolução dos meios de comunicação, do audiovisual, e buscando um novo formato. As novelas antigas estão um pouco anacrônicas, são muito longas, têm barriga".
O pessoal perdeu o hábito de ver tanto TV aberta, no horário. A pessoa quer ver a hora que puder. Caio Blat
Caio Blat conta de casamento com a atriz Luisa Arraes: 'Não temos uma relação aberta'
O ator contou como é a relação com Luisa Arraes, com quem está desde 2017. Os atores moram em apartamentos separados no mesmo prédio, no Jardim Botânico, zona sul do Rio.
"A gente não tem uma relação aberta, nunca falamos sobre isso. O que a gente tem é uma relação longa, e a gente acredita que ao longo dos anos a pessoa pode ter encontros, desejos. Não precisa se separar por isso. Temos uma relação de respeito, de amizade. A gente conversa sobre isso, sobre como lidar com isso. (...) Acho que todos os casais que querem ficar junto muito tempo vão passar por essa situação".
Ele opinou ainda sobre um dos assuntos mais comentados da internet, a não-monogamia. "O modelo monogâmico tem uma coisa de machismo, de patriarcado, de posse. E é muito triste você ir pra uma coisa de traição, de mentira, de mágoa".
Precisamos buscar sempre o diálogo, lidando com cada situação com respeito e verdade. Caio Blat
Caio Blat comenta piadas com nudez: 'Não é um elogio, acho desagradável'
Ele comentou sobre a polêmica envolvendo o ator Marcelo Serrado, que fez comentários sobre as partes íntimas do ator em entrevista recente ao podcast Surubaum.
"Marcelo Serrado é meu irmão, estávamos num programa de brincadeira, de piada. Ele tem toda liberdade para brincar comigo. (...) O que eu respondi depois, numa entrevista, é que essa cultura de ficar falando da genitália é uma babaquice. Eu não acho isso um elogio, não acho agradável. Eu fiz filmes com nudez e desde então existe esse assunto. (...) Eu fico constrangido. Acho que existe um machismo nisso do tamanho, de querer comparar".
Eu não gosto dessa insistência, dessa repercussão, desse submundo da internet que fica fazendo prints. Caio Blat
Caio Blat sobre machismo e relacionamentos: 'Aprendi muito com as minhas mulheres'
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Quero receberO ator também falou sobre seus relacionamentos antigos e o que aprendeu com suas companheiras, como a cantora Preta Gil e a atriz Maria Ribeiro.
"Eu não sei nem numerar o tanto que eu aprendi com as minhas mulheres. A gente vem de uma cultura machista dos anos 90. Eu, com 18 anos, fui elevado a uma posição de galãzinho, de receber milhões de cartas, ser capa de revista. Então você fica achando que você está arrasando, que todo mundo te admira. E a gente traz da nossa educação e dessa cultura do galã muitas distorções. Então foram muito importantes as minhas mulheres pra me ajudarem a repensar isso."
Ele também contou que leva broncas da atual companheira, a atriz e diretora Luisa Arraes. "A Luísa me dá muita cajadada na cabeça, me mostrando meu machismo em vários pontos, em várias situações. Eu tenho 13 anos a mais que ela, então é uma outra geração, que é muito mais consciente disso".
Caio Blat fala sobre fama e envolvimento com política: 'Cobram muito seu posicionamento'
O ator contou como entrou em contato com a política e falou sobre as cobranças para que celebridades se posicionem.
"Um dos primeiros lugares que eu entrei em contato com a política foi na faculdade. Eu praticava não entrada na aula, ficava no centro acadêmico debatendo. E depois, quando eu fui pra Globo e fiquei famoso, as pessoas cobram muito seu posicionamento, então eu tive que buscar entender e estudar mais. E também fui chamado para fazer muitos filmes sobre a ditadura. É natural, tudo na nossa vida é político".
Ele também lembrou sobre o filme "O Debate", que dirigiu durante a pandemia e fala sobre as eleições de 2022 entre Lula e Bolsonaro. "Fizemos como uma guerrilha para participar da eleição. Existia uma radicalização e uma polarização muito grande, a gente via muita gente brigando, o diálogo estava impossível, um lado não conseguia ouvir o outro. (...) Então o filme é uma defesa das pessoas poderem discordar com respeito".
Desculpa Alguma Coisa no UOL
Sem medo de ser cancelada, a escritora e roteirista Tati Bernardi faz seus convidados falarem o que nunca falariam. Os episódios ficam disponíveis toda quarta-feira no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista à entrevista completa com Caio Blat:
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