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Em dupla: masturbação com o parceiro apimenta relação e cria cumplicidade

Masturbação em dupla ajuda no autoconhecimento e descomplica o sexo do casal Imagem: fizkes/Getty Images/iStockphoto

De Universa, em São Paulo*

19/09/2024 19h00

Masturbação é uma parte importante do autoconhecimento e da descoberta da sexualidade. Inclusive quando você está em um relacionamento. De acordo com especialistas, estimular-se com seu companheiro pode ser uma forma de encontrar novas formas de prazer e cumplicidade na cama.

A "brincadeira", que pode ser uma preliminar ou a atração principal de uma noite a dois, é maneira fácil e acessível de fugir da rotina sem a necessidade de fantasias elaboradas. O desejo é algo que precisamos alimentar em um relacionamento, por isso, sair do roteiro da relação sexual a deixa mais saudável.

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As sensações causadas pela masturbação são uma caixinha de surpresa. É difícil repetir padrões. Assim, a masturbação em dupla pode ser diversão dobrada, já que é uma boa oportunidade para sair da receita de todos os dias e conhecer mais o corpo do parceiro.

Além do autoconhecimento, a masturbação em dupla também pode ajudar a descobrir o corpo do parceiro. Enquanto ele se estimula, a outra pessoa fica livre para explorar zonas erógenas que não conseguiria estimular durante o sexo com penetração. O homem, por exemplo, pode explorar muito mais os seios. Pode existe uma troca de carinhos intensa.

Porém, muito mais do que mexer com as sensações táteis, a masturbação em dupla também é um estímulo visual para o companheiro que está assistindo. É perceber o empoderamento do outro em relação ao próprio corpo. Isso excita muitas pessoas.

Parceria e conexão fora da cama

Por ser uma troca de carinhos bastante intensa, a prática tem benefícios que vão além da cama. De acordo com especialistas, marturbar-se com o parceiro pode melhorar a conexão entre os dois. Emocionalmente, traz uma cumplicidade maior do casal, já que ambos estão aprendendo como dar mais prazer um para o outro.

A arquiteta e urbanista Marcela**, 30 anos, de Guarulhos (SP), acredita que a brincadeira dá leveza ao seu relacionamento, qualquer que seja o contexto em que ela e o namorado a façam. "Acho que esse tipo de coisa deixa o sexo mais natural e aproxima as pessoas envolvidas", diz a jovem. "Faz a gente dar risada, testar coisas, se aproximar e levar tudo de um jeito tão íntimo e divertido", complementa.

Esta conexão se dá porque o casal está partilhando um momento altamente íntimo. E este exercício pode ajudar mulheres que não costumam ter orgasmos com a penetração.

É o caso da publicitária Roberta**, 29, de São Paulo (SP). Ela tinha muita dificuldade de chegar ao clímax com parceiros, mas encontrou, com o atual namorado, outras formas de ter prazer. "Nós fomos juntos experimentando níveis cada vez mais altos de intimidade e conexão. E um dessas formas é se masturbar em dupla. Hoje, isso já é uma coisa corriqueira do nosso relacionamento", conta a paulista. "É um momento de olho no olho, observar o corpo do outro e o próprio corpo, fazer carinhos e conversar".

Mas, assim como qualquer outra prática sexual, o exagero pode trazer desvantagens para a relação do casal. Quando uma pessoa só consegue sentir prazer de uma única forma, há um problema.

Mas é sexo?

Há parceiros, no entanto, que não acreditam que estimulação em dupla é uma forma de partilhar um momento de prazer. A ideia tem a ver com a forma como interpretamos a masturbação. A sociedade a vê como um ato egoísta, muito ligado à adolescência, então muita gente tem receio de usar essa técnica na relação a dois. A pessoa correlaciona a masturbação a promiscuidade, não ao carinho. Porém, se estimular é a maior prova de amor consigo mesmo.

Há, também, quem acredite que uma relação se configura como sexo apenas quando há a penetração e/ou troca de fluidos. É daí que vem aquela ideia de que sexo entre mulheres lésbicas 'falta alguma coisa', porque não tem o que penetrar. As pessoas esquecem que penetração é apenas mais uma forma de fazer sexo.

Fontes: Carla Geane, terapeuta sexual; Márcia Oliveira, fisioterapeuta do sexo; e Virginia Gaia, sexóloga com abordagem holística

*Com matéria publicada em 5/12/2018

**Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas

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