Bielo lembra 'saídas' do armário e como novelas ajudaram mãe a entender
Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", a influenciadora e apresentadora Bielo contou como as novelas lhe ajudaram durante suas saídas do armário.
"Cheguei no final de 2018, sentei com ela (mãe) e irmã num restaurante e falei: 'Eu sou uma pessoa trans bigênere, sou homem e mulher o tempo todo independente da imagem que eu apresente.", contou.
Quando chega 2020, trabalhando com internet dentro de casa, não tem como isso nao aparecer. Eu senti já uma certa receptividade. Foi quando a gente teve mais conversas e eu conseguir explicar e ela conseguir receber isso. Bielo
"A gente já estava tendo novela, que tinham falado [do assunto]. Novela ajuda muito as pessoas a entenderem as coisas", finalizou.
Bielo diz se sofria bullying na escola: 'Eu era a Regina George'
A apresentadora contou sobre sua época de escola. "Ná epoca da escola, era assim: tô tranquila, vamos embora. Agora no dia que você me pega com a pá virada, você vai sair daqui chorando. Eu fiz isso algumas vezes e a pessoa para de ter vontade de fazer de novo. Aconteceram várias vezes. Eu não precisava ficar rebatendo sempre. Eu era a Regina George em todos os colégios que participava. Era: 'Você vai fazer isso se eu quiser, se eu deixar e se eu não quiser, acabou sua vida.' Pra mim sempre foi muito fácil, tranquilo. Você vai crescer pra cima de mim? Eu vou te esmagar."
Bielo sobre gordofobia: 'Única linha de preconceito que ainda tem CID'
Bielo também comentou sobre gordofobia. "De todas as linhas de preconceito, o único que ainda tem CID é a gordofobia. Não é nem questão só do medo de expor o preconceito, é que a pessoa não vê como preconceito. Eu já sofri hate ao vivo, seja de gente andando na rua, profissionais. A primeira vez que ouvi que eu ia morrer eu tinha sete anos de idade. Estava indo pra endócrina, a médica disse que ia me internar. Pra mim era natural eu chegar pas pessoas e falar que iria morrer."
Bielo sobre militância: 'Cansa, mas é importante'
A influenciadora destacou a importância da militância. "Não tenho saco não, cansei, mas estamos fazendo. A militancia chegou naquele momento que a gente não tem mais que falar tanto, a gente tem que agir. É cansativo e a gente já está migrando pra questão da ação, pra nossa existência. Mas cansa. Cansa, mas eu entendo o lugar de 'ainda bem que tô fazendo.' É importante ter pessoas que façam isso."
Bielo diz por que não fala sobre hormônios e amizade com Erika Hilton
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Quero receberA apresentadora explicou também por que não costuma falar sobre hormônios. "Eu não falo sobre hormônios. Eu sou uma pessoa trans que passei a sofrer menos preconceito depois da transição do que antes, porque eu tenho um corpo intersexo. Ele já produz hormônios masculinos e femininos pareados. A minha produção de estrogênio é igual a de uma mulher cis. Eu não preciso tomar hormônio."
Desculpa Alguma Coisa no UOL
Sem medo de ser cancelada, a escritora e roteirista Tati Bernardi faz seus convidados falarem o que nunca falariam. Os episódios ficam disponíveis toda quarta-feira no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista à entrevista completa com Bielo:
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