Ela recebeu email, foi atrás de crush em Paris e voltou pronta para separar

A produtora brasileira Candice Vergely, 43, namorava quando conheceu Benjamin, durante um estágio. Nada rolou, mas a simpatia do francês conquistou um espaço em seu coração.

Passados seis anos do primeiro encontro, em que dividiram poucas horas de trabalho juntos, ele mandou um e-mail para ela: tinha terminado seu casamento e queria se reaproximar. Mas não dava: ela estava casada.

Um encontro em um final de semana mudou tudo. A Universa, Candice conta sua história.

'Nasceu uma amizade'

"Quando resolvi que estudaria moda fora do país, queria ir para a Itália, mas meu pai insistiu que eu deveria ir para a França, pois as universidades eram muito conceituadas. Acabei em Paris completamente por acaso.

Na época da faculdade, fiz estágio em um jornal, onde conheci Benjamin, que era o editor de cultura. Um dia, me colocaram para acompanhá-lo, entender um pouco mais de seu trabalho. Eu namorava e ele era casado, então nada de romântico aconteceu — nenhum tipo de flerte. Mas nos demos muito bem, nos conectamos de alguma forma.

Ele foi muito simpático comigo e isso ficou registrado no meu coração de alguma forma. É um homem bonito, mas nada de romance foi despertado. Ninguém no trabalho tinha me recebido tão bem quanto ele.
Candice Vergely

Nessa época, tivemos pouco contato. Ele estava saindo de Paris e voltando para Mônaco, de onde é originalmente. Chegou até a me dar as entradas para filmes e exposições que tinha ganhado, para eu ir de graça.

Nasceu ali uma amizade, tanto que chegamos a nos falar por telefone algumas vezes. Em uma delas, ouvi uma mulher ao fundo perguntando quem era. Fiquei tão constrangida que não liguei mais e perdemos contato.

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Terminado meu período de estágio, fiz aquele tradicional email de despedida, deixando meus contatos. Fiquei três anos na redação de Paris, sem falar com Benjamin depois daquele telefonema que me traumatizou. No mailing, estava o email de todos da redação e, por acaso, o dele também. Voltei para o Brasil e segui minha vida.

'Me casei com meu amigo'

Fiquei quase seis anos sem ter nenhum contato com o Benjamin [três em Paris e mais três no Brasil]. Nesse período, me casei com meu melhor amigo. Nós nos conhecíamos desde sempre, nossas famílias eram próximas, passávamos as datas comemorativas juntos.

Namorávamos havia quase 10 anos e eu tinha um sentimento de carinho e amor muito grande por ele. Não queria terminar, mesmo sabendo que, talvez, aquele não era o homem da minha vida. Não tinha maturidade para bancar esse rompimento depois de tanto tempo.

Nós crescemos juntos, nossas famílias se conheciam, as irmãs dele eram como irmãs para mim. Era uma mistura a ponto de nem sabermos quem era família de quem, de tão único que o núcleo era. Não tinha espaço para acabar com o casamento.

Nunca tivemos problemas para nos entender e nem para nos relacionar. Ele era meu melhor amigo, mas não o homem com quem eu queria passar o resto da minha vida. E é muito difícil terminar quando você não tem uma justificativa.
Candice Vergely

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Eu o amava, mas até no dia do meu casamento, antes de ir ao altar, tive a sensação de que ele não era o homem da minha vida. Mas era uma festa para 450 pessoas e eu era jovem. E disse 'sim'.

'Recebi um email'

Meu mundo virou após três anos de casamento, quando recebi um email de Benjamin. No texto, ele me contava que tinha se separado e que queria me encontrar. Respondi que era impossível, que eu estava casada.

Candice Vergely, 43, conheceu o marido durante um estágio na França
Candice Vergely, 43, conheceu o marido durante um estágio na França Imagem: Acervo pessoal

Voltamos a nos falar, no começo, como amigos. Conversávamos todos os dias por horas no Skype. Ficamos nesse lero-lero por sete meses, sempre nos falando, mas sem rolar nada entre nós.

Até que Benjamin me convidou para passar um fim de semana com ele em Paris. Eu casada, trabalhando, em uma das épocas mais intensas da minha profissão —era véspera da São Paulo Fashion Week.

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Não podia tirar folga, mas pedi para um amigo me ajudar e cobrir para mim. Viagens a trabalho não eram incomuns, então meu marido achava que era um compromisso profissional.

Fui na esperança de saber se realmente tinha algo entre nós. Depois de dois dias, voltei apaixonada. Sabia que era com Benjamin que queria passar minha vida.
Candice Vergely

'Terminei com ele no carro'

Candice e o marido
Candice e o marido Imagem: Reprodução/Instagram

Meu marido foi me buscar no aeroporto e terminei com ele dentro do carro, antes mesmo de chegarmos em casa. Eu precisava tirar aquilo do peito. Não era certo.

Estava envolvida mentalmente com Benjamin, não tinha mais dúvidas. Ainda assim, deu medo colocar um ponto final na relação.

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Já tinha protelado esse término por muito tempo e acho que tinha esperança que meu marido pisasse na bola. Era pura falta de maturidade minha.

Mesmo assim, fiquei com medo da minha decisão. Como eu podia ter certeza que queria viver com alguém depois de apenas dois dias? Afinal, esse foi o tempo que eu e Benjamin passamos juntos todos esses anos, além do dia em que o acompanhei no trabalho. Decidi seguir meu coração.
Candice Vergely

No mês seguinte, Benjamin me convidou para passar o Natal e Ano Novo com sua família. Fiquei 10 dias. No final da minha estadia, ele disse que não acreditava em relacionamento a distância e que viria morar no Brasil comigo.

Durante seis meses, enquanto ele organizava a vida na França para se mudar para cá, nos víamos a cada três semanas: ou eu ia para lá ou ele vinha me ver. Um gasto enorme.

Um mês depois de ele chegar por aqui, eu engravidei de nossa primeira filha. Moramos em São Paulo por três anos, mas ele acabou não se adaptando muito bem. Então, dei uma condição para voltarmos à França: escolhermos um local com sol. Por isso, nos mudamos para a Nice. Nos casamos e temos duas filhas.

Acredito que nosso encontro foi obra do destino. Nos encontramos em um lapso de tempo, em um emprego que eu poderia nem ter conseguido, em um momento em que ele estava de mudança.

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Ele guardou meu contato por três anos e, mesmo assim, ainda não era o nosso momento. Mas deu certo e hoje somos muito felizes."

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