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Mulheres contam por que homens devem experimentar o prazer anal

Prazer anal ainda é tabu para homens Imagem: Itock

Colaboração para Universa*

13/10/2024 19h00

Homens têm prazer anal, isso é um fato biológico. Ainda assim, a exploração da zona erógena é um grande tabu para eles e também para suas parceiras heterossexuais. Muitas não se sentem à vontade, julgam seus parceiros e algumas vezes chegam até a questionar a sexualidade dos caras que admitem que gostam de carícias na bunda.

Poucos homens heterossexuais se permitem ter relações anais com suas parceiras ou mesmo sozinhos. Os homens não precisam necessariamente usar os brinquedos das mulheres para penetração anal, há estimuladores e brinquedos próprios.

Fisiologicamente, é uma região cheia de terminações nervosas muito mais sensíveis do que o ânus da mulher. Então, o homem sente, sim, mais prazer no ânus do que elas. Os que se libertam disso e a parceira que entrar junto na brincadeira vão se divertir muito.

Confira, a seguir, histórias de três mulheres que são abertas à prática com seus parceiros. Como o tema ainda é tabu, todas pediram para ter seus nomes trocados. Mas a alegação não visava protegê-las da exposição, mas aos homens com quem se relacionam.

"Acho que todo homem deveria experimentar"

"A primeira vez que tentei alguma coisa nesse sentido, foi meio de brincadeira com um ex-namorado. E ele ficou revoltado, muito puto mesmo. Um tempo depois, um outro namorado falou pra mim que gostava de beijo grego - e daí eu que fiquei chocada. É que toda vez que eu ouvia algo sobre isso era sempre alguém brincando ou zoando da masculinidade de quem gostava. Mas eu topei fazer. Demorei um pouco até me sentir à vontade e das primeiras vezes foi meio esquisito, não de um jeito ruim, mas só porque eu não estava acostumada mesmo. Depois foi ficando cada vez mais legal, porque eu via que ele sentia muito, muito prazer. Sei que isso é pode ser polêmico para outras pessoas, mas isso nunca me fez questionar a sexualidade dele. Com o tempo, eu passei a adorar, porque era uma coisa muito íntima, muito nossa, e eu sentia que ele se sentia à vontade pra fazer isso comigo. E isso me deu também liberdade para falar das coisas que eu gostava e que eu queria experimentar. Rolou beijo, dedada, usamos brinquedos depois. Quando terminamos, fiquei um tempo com outro cara e tomei a iniciativa de fazer e ele super curtiu, foi natural, sem falarmos sobre o assunto. Simplesmente rolou. Acho que isso sempre denota que a pessoa está à vontade com você. Com o meu atual, não rola. Já falamos e ele não curte muito. Tentei uma vez e ele brochou na hora. E tudo bem também, ninguém é obrigado a curtir. Mas eu acho que todo homem deveria experimentar." Sandra*, veterinária, 28 anos.

Imagem: Istock

"Tive um preconceito inicial, mas me abri à ideia"

"A primeira vez que um cara manifestou essa vontade, eu fiquei muito confusa. Veio um preconceito inicial e eu não sabia com quem falar sobre, porque eu não queria expor a pessoa, como se fosse um grande absurdo, porque cu para homem hetero é supertabu. Quando é na mulher, é visto como um "plus" no sexo. Aí eu refleti sobre isso e me pareceu uma questão tão básica que eu me senti idiota. Tipo, se mulher sente prazer lá, porque homem não pode sentir? Não faz o menor sentido ser considerado um prazer só de homem gay, porque é a mesma coisa! Então eu me abri à ideia e já rolou com dois caras. A sensação foi meio estranha, mas eu gosto. É meio 'credo, que delícia' e eu sinto que os caras, às vezes, apesar de sentirem prazer, também ficam um pouco constrangidos, acho que pela coisa do tabu mesmo. Mas hoje em dia acho normal e de boas" Bianca.*, 26 anos, publicitária

"Eu adorava e passei a odiar"

"Eu nunca acreditei muito que os homens gostassem mesmo disso. Aí tive um namorado, que era super tarado, e eu fui percebendo a intenção dele de eu ir mais além no sexo oral. Com ele, experimentei como era chupar o ânus de um homem, e foi muito prazeroso para mim. Só que, depois que aconteceu, eu fiquei meio paranoica, achando que tinha a ver com ele ser gay, total ignorância minha, vejo hoje. Depois que terminamos tive outros ficantes ocasionais e nunca fiz, até porque eu não me sentia à vontade pra fazer em caras com quem eu não tinha muita intimidade. Até que eu conheci o Rodrigo*, meu ex-namorado, e logo na primeira transa, ele já sinalizou que gostava. No início, não era uma coisa obrigatória: quando acontecia, ele sentia muito prazer, mas também gozava de outras formas. Só que, depois de um tempo, passou a ser uma obrigação a lambida, o dedo, e vibradores no ânus dele para que gozasse. Pra completar, uma vez eu dei um beijo no mamilo dele, e ele sentiu muito prazer. Então, ele só gozava com penetração anal e lambida no mamilo. O sexo ficou condicionado a isso. Eu fui deixando de curtir, começou a rolar um desinteresse, porque era monótono. Então, o que era muito legal, ficou péssimo. Hoje em dia sou casada com um cara super careta, que não pode nem sonhar que já fiz essas coisas." Joice*, enfermeira, 34 anos

Fonte: Karin Rupp, terapeuta sexual

*Com matéria publicada em 03/04/2019

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