Unha longa atrapalha sexo entre mulheres? O que fazer além da masturbação
Na música "Maldivas", a cantora Ludmilla faz uma metáfora prometendo ser a "melhor DJ" a noite toda com a parceira. "Posso tocar a noite inteira e você pode me pedir replay", sugere a famosa, na letra que diz ter dedicado à esposa, Brunna Gonçalves. A expressão é comum para falar de sexo e se refere ao movimento da mão na região íntima da outra pessoa para estimular a vulva e o clitóris. Mas, seja por querer explorar outras formas de ter prazer ou porque está com unhas grandes que podem arranhar ou machucar a companheira, nunca é demais se empenhar em outras posições e práticas no sexo entre mulheres.
Como apostar na variedade na cama com prazer para todas as envolvidas para além da masturbação? A principal dica é: tenha criatividade. Veja o que fazer para além da masturbação a seguir.
Sexo oral
O sexo oral é uma das atividades que pressupõem dedicação entre as parceiras. Nem todo mundo gosta de receber e de fazer. Por isso, é preciso ter em mente que o prazer de quem está ali precisa estar em primeiro lugar. Quando as duas estão de acordo, aproveite: aposte no uso da língua não como preliminar, mas como sexo propriamente, e mantenha o estímulo antes de chegar ao clitóris, beijando a região das coxas, por exemplo.
Tesoura
Para pessoas que têm vagina, a posição de "tesoura" é boa para ao gerar a fricção das partes íntimas e pode até levar ao orgasmo. São três dicas de ouro: ritmo, movimentação e, se necessário, lubrificação.
A prática pode ser feita deitada, sentada e com variações: uma das pessoas fica por cima, sentada, fazendo o movimento de vai e vem. Se a mão estiver "liberada", siga com o estímulo no clitóris também. É uma prática bastante prazerosa em que ambas se conectam.
Uso de produtos eróticos
Vibradores, cinta peniana, sugador de clitóris. A quantidade de produtos disponíveis também pode fazer com que a transa entre mulheres seja satisfatória sem a necessidade do uso das mãos. Geralmente, priorizamos a mão quando estamos no processo de conhecer nosso próprio corpo; mas, entre o casal, há a possibilidade da descoberta de outras práticas.
Explorar o prazer requer viver próprio desejo
As demandas que comprometem a busca pelo prazer entre lésbicas estão ligadas, por vezes, a questões de autoestima corporal. Isso interfere no próprio desejo sexual e gera um medo de se relacionar com a outra, porque a mulher se preocupa se está perto ou não do corpo dito padrão.
Colocar essas travas na própria experiência é uma cilada. Do mesmo modo que reproduzir "sexo machista", com a simulação de posturas héteros que colocam o sexo em um conceito limitante. O fato de uma pessoa querer ser mais passiva ou ativa, por exemplo, isso pode ser uma simulação de sexo heteronormativo entre pessoas que têm vagina.
Isso passa longe, alerta a sexóloga, da ideia de que sexo lésbico com penetração é "machista". Não é o bastante para dizer que estamos reproduzindo uma postura machista ou patriarcal? Quando dizemos isso é para percebermos se, na hora da transa, por exemplo, a parceira está sendo ouvida.
Fonte: Carla Ruiz, sexóloga, psicóloga e historiadora
*Com matéria publicada em 06/042022
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