Maestra diz como conquista espaço liderado por homens: 'sempre me provando'
De Universa
10/11/2024 05h30
A maestra Ludhymila Bruzzi teve que guardar segredo sobre uma grande conquista de sua carreira: liderar uma orquestra só de mulheres (Nova Orquestra) em um show surpresa com a cantora Pitty neste sábado (9), no festival Rock The Montain, no Rio de Janeiro. "Foi muito difícil, eu sou muito fã da Pitty. Contei só para minha mãe," brinca animada com o evento.
A convite de Dove, Universa acompanhou o ensaio dessas mulheres incríveis em São Paulo, e conversou com Ludhymila para entender um pouco mais de sua profissão, que é majoritariamente masculina.
Historicamente, estar no posto de regente de orquestra, de banda ou grupo, sempre foi uma posição liderada por homens. Tem um movimento maior de mulheres atualmente, mas ainda assim é uma posição muito masculina. (...) Falta essa figura feminina, mais mulheres tocando instrumentos. Precisamos desse movimento das mulheres aprendendo instrumentos musicais. Faz bem até para saúde! Por que não?Ludhymila Bruzzi, maestra
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Para tentar ajudar e reparar em mais mulheres que possam ocupar espaços em orquestras, a maestra conta que dá aulas em um projeto social chamado Vale Música, e conta que receber relatos de alunas que se inspiram em sua história e reforçam que ela está em um caminho importante para mulheres regentes dão força para continuar e fortalecer sua autoconfiança.
'A gente sempre foi muito estigmatizada, colocada em um lugar sem poder sair. Estando nesse posto, tenho trabalhado muito na minha autoconfiança, acreditando no que eu estou fazendo e trilhando. Quando a gente chega perante ao grupo com mais confiança, os músicos não têm o que falar, são obrigados a respeitar. Mas a gente está sempre se provando.'
Uma prova forte de que a posição de uma mulher é questionada na liderança de uma orquestra é o próprio nome da profissão, que alguns chamam de maestrina e outros de maestra. Ludyhmila tira a dúvida para não ter erro: 'No passado, maestrina era um diminutivo de maestro, era tido como um termo pejorativo. Atualmente, a classe de mulheres regentes no Brasil tem discutido a utilização do termo maestra, para dar um peso maior, uma ênfase maior no termo. A gente tem, em comum acordo, utilizado o termo maestra.'