'Disseram que caso do meu filho prematuro: "não era compatível com a vida"'
Nathalia Favaro estava grávida de 27 semanas quando teve um sangramento e precisou fazer uma cesárea de emergência. "Foi um susto. Eu não tinha nenhuma complicação na gravidez, nada que levasse a um parto prematuro. Foi totalmente inesperado", conta ela à apresentadora Mariana Kupfer, no programa AMAR, em parceria com Materna, a newsletter e editoria de Universa.
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Orientada por sua obstetra, Nathalia foi a um hospital local para ver se estava tudo bem, mas ao ser examinada pela médica do pronto socorro, ouviu que ela estava em trabalho de parto e que o bebê precisava nascer naquele momento. Segundo os médicos, uma infecção de urina poderia ter causado o parto prematuro.
Diante dessa situação, Nathalia se sentiu culpada. "Às vezes eu criava situações para atribuir isso a mim, como se eu precisasse me culpar. Depois comecei a buscar informação e a entender que não estava no meu controle, que não tinha nada que eu pudesse fazer senão pensar no futuro. O passado não tinha como mudar, eu poderia talvez mudar o futuro, melhorar o futuro dele, as condições de vida, trazer qualidade de vida", afirma.
"Foi muito difícil, era uma dor clínica"
Lucas nasceu prematuro de 27 semanas, ficou bem, mas após 12 dias, ele pegou uma infecção hospitalar e foi diagnosticado com hidrocefalia. Entre idas e vindas, ao total, o menino ficou sete meses ou 205 dias na UTI, 75 dias intubado, teve cinco internações e fez cinco cirurgias neurológicas.
Foi muito difícil. Lembro que nos primeiros dias eu achei que não fosse aguentar. Tinha momentos que eu falava, qualquer hora vou ter uma crise. Não vou sobreviver a tudo isso porque dói, era uma dor clínica, uma dor no corpo.Nathalia Favaro
Em meio a esse processo, Nathalia diz que ela e o marido, o pai de Lucas, se uniram muito como casal. "Eu descobri um Fábio que eu não conhecia, assim como ele também descobriu uma Nathalia que ele não conhecia. Isso trouxe muita força e união". O casal tem outros filhos fruto de casamentos anteriores, Nathalia é mãe de Benício, e Fabio tem uma menina.
"Não tem dor que dure para sempre"
Segundo Nathalia, um dos momentos mais difíceis durante essa jornada ocorreu após a primeira cirurgia de Lucas, quando um neurologista desenganou o menino. "Ele disse: 'O filho de vocês é incompatível com a vida. Ele não tem mais cérebro, a infecção consumiu o cérebro dele. A cabeça dele só tem água e resto de tecido degenerado"', conta ela ao questionar quantos pais ouvem prognósticos de forma tão desumana.
Ao viver tudo isso, Nathalia afirma que tudo passa, diz que é necessário ter paciência e ressignificar. "Não tem dor que dure para sempre. A alegria também passa e as coisas vão melhorar, vão se ajeitar. Aos poucos, com o tempo é possível ressignificar. Essa é a palavra, ressignificar".
A história de Nathalia Favaro e do filho Lucas é uma parceria entre Materna, a editoria e newsletter de Universa, e o programa AMAR, criando um espaço seguro e acolhedor para mães compartilharem histórias do seu maternar.
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