Automassagem: ela melhora a autoestima, aceitação e o prazer no sexo
Colaboração para Universa*
10/12/2024 19h00
A masturbação pode ser muito saudável se for realizada de forma consciente, percebendo suas necessidades e sensibilidade. Mas esqueça os movimentos repetitivos concentrados apenas nos genitais, com o único objetivo de saciar a fome sexual. Ao tocar seu próprio corpo com amor, é possível perceber as necessidades e principalmente os bloqueios que dificultam o prazer.
Afinal, homens e mulheres não foram ensinados que o corpo tem uma potência orgástica que vai muito além das partes íntimas. Não é só estimular, gozar e pronto. É por meio do autoconhecimento que o diálogo com o parceiro ocorre de forma mais segura, consequentemente trazendo mais prazer.
Crescemos com a ideia que o prazer e orgasmo estão associados aos genitais e com isso vamos limitando a nossa capacidade de sentir, nos contentando apenas com aqueles segundinhos de prazer ao atingir o clímax. Quanto mais nos sentimos livres para expandir a nossa capacidade orgástica, mais seguros e plenos ficamos.
Autoconhecimento
Na prática tântrica, por exemplo, embora cada região seja mais sensível que a outra, todo o corpo deve ser estimulado por meio da automassagem, sempre com um creme ou óleo. Comece explorando os seios, peito, ventre, barriga e coxas, seguindo pelo restante da área corporal. O ritual pode ser feito durante o banho, quando o relaxamento é maior.
A área dos seios é bastante importante durante o processo de toque. É dentro do peito que as emoções estão guardadas. Os seios funcionam como um portal, à medida que a pessoa se massageia é possível ressignificar dores e traumas, sentindo-se mais amorosa e aceitando a si mesma. A sugestão é praticar dez minutos por dia na frente do espelho. Faça movimentos circulares de baixo para cima, envolva os seios e mamilos. Nesse momento é possível que venham memórias de relações passadas; se permita chorar se precisar.
Com as pontas dos dedos, desça pelo restante do corpo, como uma reconexão com a sua sensibilidade. Passe pelas zonas erógenas, pela vulva e sinta como ela é. Observe-se, acaricie-se e deixe se reconectar consigo . A ideia da automassagem é sentir o corpo inteiro, às vezes quando perceber que for chegar ao orgasmo, segure e leve essa excitação contida pro seu dia.
Segurando a ejaculação
Reter a energia do orgasmo é prática comum no tantra, bastante indicada para homens que não aprenderam a 'segurar' e foram ensinados desde crianças a se masturbar ou fazer sexo com a finalidade de ejacular. O ato ejaculatório muitas vezes é confundido com o orgasmo, há sim a sensação prazerosa de alívio ao liberar o esperma, mas o clímax é muito mais amplo e intenso.
Ao tirar a atenção da ejaculação, o parceiro automaticamente terá de inventar formas para estimular e dar prazer a sua parceira e para si mesmo. Aliado aos estímulos, a respiração mais lenta também contribui para reter a energia.
Na hora de seguir um 'voo solo', a respiração é a chave de tudo. Ao fazê-la de forma consciente é mais fácil dissolver as emoções e as armadilhas da mente que impedem de estar no presente. A sensibilidade cresce e torna-se possível ampliar as sensações orgásticas. Fazer inspirações mais lentas pelo nariz e expirar o ar pela boca, dando mais ênfase na expiração, como se fosse jogar fora o que não serve mais, liberando espaço para o novo e para a energia vital. No momento da automassagem vale criar um clima favorável e confortável, com incensos, velas e música.
O importante é que, aliada a uma ajuda especializada, como a terapia tântrica ou terapia sexual, a automassagem ajuda a liberar traumas e bloqueios reprimidos desde a infância, melhorando o prazer como um todo.
Fontes: Bia Neppel, terapeuta tântrica e coach de relacionamento e sexualidade; e Camilla Pires, reeducadora sexual
*Com matéria publicada em 29/01/2020