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Tudo o que você precisa saber pra ter uma vida sexual incrível na menopausa

Apesar das mudanças, é possível ter uma vida sexual de qualidade após a menopausa Imagem: Getty Images

Colaboração para Universa*

11/12/2024 19h00

A chegada da menopausa, entre os 45 e 55 anos, promove uma série de alterações físicas e emocionais na vida da mulher. Entender quais são e por que acontecem é a melhor maneira de viver essa etapa natural da vida da melhor maneira possível.

Para muitas, o desejo sexual cai mesmo. Mas com as dicas e cuidados certos é possível ter uma vida sexual de qualidade nessa fase, apesar das mudanças, Veja as principais recomendações dos especialistas em saúde feminina ouvidos por Universa.

Sim, a menopausa interfere no orgasmo

À medida que a mulher envelhece, ocorrem mudanças nas etapas da resposta sexual - divididas em desejo, excitação, platô, orgasmo e resolução. Há uma maior demora para se excitar e para atingir o platô, fase em que o corpo todo fica "aceso" e pronto para o clímax, o que requer preliminares mais prolongadas. Isso tem a ver também com a diminuição dos níveis de estrogênio no organismo, que afetam a libido. Já o orgasmo em si pode apresentar menos contrações musculares do assoalho pélvico, o que influencia na intensidade do orgasmo. A razão é porque o músculo pubococcígeo (PC) enfraquece com a idade, mas pode ser reforçado com os exercícios perineais conduzidos por um fisioterapeuta pélvico.

Com a redução dos índices do hormônio estrogênio também causam um afinamento geral da pele, inclusive da mucosa vaginal - que também sofre uma perda de elasticidade. A mucosa da vagina fica mais fina e o resultado é que o atrito com o pênis no sexo pode gerar incômodos, dores, fissuras e até pequenos sangramentos, prejudicando o prazer.

Outras partes do corpo também podem ficar mais sensíveis. Algumas mulheres relatam mudanças na sensação nas carícias nos seios ou no clitóris. A queda de estrogênio, novamente, interfere também na vasocongestão o que diminui a elasticidade da vagina. Consequentemente, a largura e o comprimento do local não expandem no seu máximo, o que pode tornar mais difícil a acomodação do pênis ereto ou até de um dedo ou sex toy.

Mas é possível ter uma vida sexual de qualidade

Conversar com o ginecologista sobre as melhores opções para a menopausa permite encarar essa fase como mais uma etapa natural da vida. O tesão é influenciado pela criatividade, imaginação e pela cumplicidade e intimidade com o parceiro ou parceira - e, assim, uma conversa franca pode fazer com que o casal encontre novas ideias para as preliminares e incentivo para fantasias diferentes. Sex toys, vídeos eróticos, livros e filmes com passagens picantes, masturbação e ativação de memórias sexuais são algumas das ferramentas que também podem dar uma levantada na libido e facilitar o caminho rumo ao orgasmo.

Adotar estratégias práticas ajuda minimizar qualquer desconforto. Investir em lubrificantes à base de água, que facilitam o vaivém da penetração ou aplicar óleo de coco depois de transar ajuda a evitar possíveis machucadinhos. O óleo também é indicado porque a lubrificação natural diminui. Como o estrogênio é responsável por manter a lubrificação vaginal durante a excitação, a redução tende a levar à secura vaginal. Hidratantes vaginais e estrogênio para aplicação local também ajudam a contornar o problema, mas seu uso deve ser discutido com o ginecologista.

Vale também apostar em exercícios localizados. Com o acompanhamento de uma fisioterapeuta pélvica, é possível fortalecer o assoalho pélvico e combater a flacidez de músculos que participam ativamente do ato sexual e que podem apresentar flacidez no climatério e menopausa. Equipamentos como eletroestimulador, cones (pesos vaginais à venda em sex shops) e biofeedback, aparelho que parece um videogame e que faz a leitura dos músculos do assoalho pélvico, são alguns dos recursos adotados.

Com informações atualizadas e sem preconceitos, a vida sexual da mulher madura tem tudo para ser muito satisfatória.

Fontes: Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra; Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra; José Renato Pires de Oliveira, ginecologista; Mônica Lopes, fisioterapeuta pélvica; e Rosely Salino, psicóloga, sexóloga e terapeuta de casal

*Com matéria publicada em 27/01/2021

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