Mitos e verdades sobre os cuidados com a pele negra no verão

As peles mais escuras têm características únicas que as tornam resistentes ao envelhecimento, mas também exigem cuidados específicos, especialmente no verão.

O excesso de melanina, que as protege contra os danos solares, pode ser um ponto fraco quando estimulado em excesso, levando ao surgimento de manchas. Além disso, por serem mais oleosas, precisam de atenção redobrada para evitar problemas como acne e foliculite.

Desde o uso correto do protetor solar até a escolha de produtos adequados para limpeza e hidratação, pequenos ajustes na rotina podem fazer toda a diferença. A seguir, descubra mitos e verdades sobre como cuidar da pele negra no verão e proteja-se sem abrir mão do seu brilho natural!

1. Pele negra não precisa de protetor solar

Mito. É verdade que a pele negra tem uma proteção natural maior contra os raios UV por conter mais melanina, mas isso não elimina a necessidade de proteção solar.

Como falamos, a mesma melanina que protege também pode causar manchas se estimulada em excesso pelo sol. Portanto, o uso diário de protetor solar com FPS 30 (ou superior) é essencial, com reaplicação a cada duas horas, especialmente nas áreas mais expostas, como rosto, braços e colo.

2. A pele negra não precisa de hidratação

Mito. A pele negra tende a ser mais oleosa, mas isso não exclui a necessidade de hidratação. O ideal é usar hidratantes leves, como géis ou séruns livres de óleo, que mantêm o equilíbrio sem obstruir os poros. A hidratação após a limpeza é essencial para evitar ressecamento e o efeito rebote, que pode aumentar a produção de sebo.

3. Para controlar a oleosidade, é necessário lavar o rosto várias vezes ao dia

Mito. Lavar o rosto em excesso pode prejudicar o equilíbrio natural da pele e estimular a produção de óleo. O ideal é higienizar apenas duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, com sabonetes específicos para pele oleosa, preferencialmente contendo ácidos salicílico, glicólico ou láctico. Um tônico pode complementar o cuidado, mas escolha um produto sem álcool, que não resseque ou irrite a pele.

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4. Esfoliação em excesso causa manchas

Verdade. Esfoliar remove células mortas e melhora a textura da pele, mas em excesso pode causar manchas devido à estimulação da produção de melanina. No caso da pele negra, a esfoliação deve ser feita com delicadeza, no máximo uma vez por semana ou a cada 15 dias, dependendo da recomendação do dermatologista.

5. Produtos para uniformizar o tom da pele podem ser usados no verão

Verdade. Manchas são comuns na pele negra, e o uso de produtos com ativos como vitamina C, ácido kójico, ácido fítico ou alfa-arbutin pode ajudar a uniformizar o tom e prevenir novas marcas. Mas atenção: vale usá-los sob orientação de um dermatologista, pois, geralmente, esses produtos devem ser aplicados à noite, combinados com o uso diário de protetor solar para evitar efeitos adversos. O especialista também vai alertar quanto ao uso de alguns ativos, como a hidroquinona, que costuma despigmentar demais a pele, podendo causar o escurecimento indesejável.

6. Tratamentos como peeling e laser não podem ser feitos no verão.

Em termos. Com os cuidados adequados, é possível realizar peelings superficiais e lasers suaves no verão. Esses procedimentos ajudam a combater manchas e melhorar a textura da pele, mas requerem proteção solar redobrada, com FPS 50 ou mais, e cuidados para evitar a exposição direta ao sol. Se for possível esperar o inverno ou o outono para apostar no tratamento, melhor.

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7. Cotovelos e joelhos da pele negra precisam de atenção extra

Verdade. Áreas como cotovelos e joelhos tendem a ser mais ressecadas e escurecidas. Esfoliar e hidratar essas regiões uma ou duas vezes por semana ajuda a prevenir o ressecamento e problemas como foliculite, inflamação da raiz do pelo muito comum nas peles negras. Produtos mais emolientes também costumam ser recomendados nessas áreas para um cuidado extra.

Fontes: Thais Pepe, dermatologista de São Paulo, membro da American Academy of Dermatology; Helena Costa, dermatologista do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia; Katleen Conceição, dermatologista especializada em pele negra, com consultórios no Rio de Janeiro e em São Paulo; Claudia Miki, dermatologista do Rio de Janeiro.

*Fontes consultadas em reportagem de 29/01/2016.

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