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Skintimates: já ouviu falar no skincare para a região íntima?

O ritual de autocuidado se estendeu para outras partes do corpo, inclusive para a região íntima - Hangzhouphotolab/ iStock O ritual de autocuidado se estendeu para outras partes do corpo, inclusive para a região íntima - Hangzhouphotolab/ iStock
O ritual de autocuidado se estendeu para outras partes do corpo, inclusive para a região íntima Imagem: Hangzhouphotolab/ iStock

Colaboração para Universa*

13/03/2025 19h00

A indústria do bem-estar sexual tem experimentado um crescimento significativo, com o prazer feminino ganhando destaque. Isso resultou em uma nova onda de marcas e produtos desenvolvidos para eliminar qualquer conotação negativa do sexo e posicioná-lo como parte essencial do autocuidado. A tendência, que recebeu o nome de skintimates, é inspirada no skincare.

Esses produtos são calmantes, limpam e protegem áreas íntimas com fórmulas transparentes e seguras. São voltados tanto para o cuidado e a higiene quanto para impulsionar o prazer sexual, inclusive individualmente com a masturbação.

A rotina de skintimates, reconhecida como um recurso essencial para melhorar a qualidade de vida e condições mentais e físicas do nosso corpo, impulsionou o desejo de permanecer saudável e intensificar o prazer sexual ao mesmo tempo.

Skincare + intimate = Skintimate

Skintimates são produtos voltados para a área íntima (tanto para a higiene quanto para o aumento do prazer sexual) que ganharam muito foco no último ano —e que são inspirados na indústria de skincare (cuidados com a pele).

O skincare surgiu como um ritual de autocuidado, as pessoas buscaram um momento para se dedicar aos cuidados faciais. O sexualcare é uma evolução natural desse movimento. O ritual se estendeu para outras partes do corpo, inclusive para a região íntima, levando o mercado a produzir produtos específicos. O interessante é que, no caso da região íntima, o fato de dedicar uma rotina de cuidados específica faz com que diversas mulheres descubram sua sexualidade.

Ponto para as gerações Y e Z

Impulsionada por consumidores da Geração Z e da Geração Y, de mente aberta, a categoria de bem-estar sexual se tornou uma parte vital do ritual de autocuidado, reconhecida como crítica para a saúde física e mental. Foi durante a pandemia, que trouxe períodos de distanciamento social, que consumidores foram levados a explorar e experimentar seu bem-estar íntimo.

Desde então, houve um aumento marcante nas vendas de produtos em todo o mundo. Cada vez mais as mulheres têm procurado tratamentos para a região íntima em busca de prevenção de envelhecimento, alívio de desconfortos e para fins estéticos.

Skincare para a região íntima é tendência Imagem: javi_indy/ iStock

A vulva, assim como outras partes da pele do corpo, sofre com o envelhecimento e alterações hormonais e cuidados de skincare para essa região podem prevenir ou retardar o surgimento dos sinais de idade. Essa tendência tem inclusive influenciado as mulheres acima dos 40-50 anos que querem prevenir sintomas genitais que possam surgir com a diminuição de produção de hormônios.

Pode-se usar hidratantes internos (para a parte vaginal) e cremes externos para a região de pequenos e grandes lábios, além de virilha. Esses produtos podem ser associados a outros tratamentos, como laser, melhorando seu efeito.

Cuidados com vagina e vulva são importantes para prevenir que a região sofra com a diminuição de hormônios que ocorre após a menopausa, por exemplo. A diminuição do estrogênio (principal hormônio feminino) diminui o turgor e o viço da pele como um todo, mas esses sintomas são ainda mais pronunciados na região genital. Além disso, irritações e ressecamento local podem tornar a relação sexual dolorosa e pouco prazerosa, por isso, ter produtos próprios para a região íntima facilita o tratamento.

Todas essas afecções sempre foram pouco valorizadas e pouco faladas mas a presença destes produtos no mercado traz luz à necessidade de cuidados com a região íntima.

Muito além do gel lubrificante

O que ainda poucas mulheres sabem é que existe uma variedade de produtos muito grande para garantir o cuidado da região íntima e essa preocupação vai além do uso de géis. Produtos como cremes, óleos e lubrificantes, tratam a região e proporcionam benefícios para três frentes específicas: higiene íntima, bem-estar sexual e cuidados diários com a região.

Os skintimates abrangem desde a higiene íntima até os produtos para a hora do sexo e cuidados com a pele íntima, como pós-depilação e assaduras. A maioria utiliza matéria-prima natural, que não modifica o pH da região genital.

São lubrificantes que aliviam dor e desconforto no ato sexual, causados por ressecamento vaginal. São produtos à base de jambu que trazem sensações diferentes para o casal. E séruns que auxiliam no clareamento da região vulvar, que tende a escurecer por causa de variações hormonais, além de cremes e óleos com propriedades calmantes para assaduras e foliculites, e espumas de limpeza que dão a sensação de refrescância.

Séruns, hidratantes para os lábios vaginais e tratamentos clareadores são inovações que prometem revolucionar esse nicho. Anteriormente, os produtos eram encontrados apenas em sex shops e os óleos íntimos e de massagem eram só para o uso sexual. Com o crescimento da demanda por skincare, esses produtos são indicados para o tratamento de questões cotidianas como irritação, ressecamento e higiene.

Conexão entre saúde e bem-estar sexual

Saúde sexual é qualidade de vida. E esse movimento é uma oportunidade de se conectar com o seu corpo de uma forma nunca antes experimentada, com menos tabus.

A conexão da saúde física e mental e do bem-estar íntimo é fundamental para uma estabilidade emocional e física do corpo feminino. Além disso, quando elas se encontram em perfeito equilíbrio, aspectos como a autoconfiança são afirmados e a mulher passa a se sentir bem consigo mesma.

O principal benefício dessa tendência? O equilíbrio das percepções femininas sobre seu próprio corpo. Talvez, estejamos caminhando muito bem para o despertar de mulheres incríveis e mais confiantes.

Fontes: Bruna Ortega, diretora de contas e especialista de tendências na WGSN; Marcella Maia, ginecologista obstetra pela Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo, especialista em estética íntima; Marianna Assumpção, ginecologista e obstetra de São Paulo; e Taís Calomeny, médica ginecologista de São Paulo

*Com matéria publicada em 16/12/2021


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