Fred Nicácio explica por que não recomenda entrar no 'BBB': 'Terapia antes'

Ainda assim, ele garantiu que não se deixa abalar pelas críticas: "Eu cago para o que pensam de mim. Muito. As pessoas se irritam com isso", diz ele.

"Tudo tem seu pró e seu contra, né? Ninguém colocou uma arma na minha cabeça e me obrigou a ir lá. Eu fui porque eu quis. Foi uma proposta maravilhosa, né? Eu fui convidado pra ser camarote. Imagina, gente. Todo mundo quer entrar nesse programa."

'Básico virou extraordinário'

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Buscar ajuda médica em um momento de dor e enfrentar barreiras de comunicação é um desafio para muitas pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Fred Nicácio, relembrou o atendimento que viralizou nas redes sociais por se comunicar com pacientes em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

O episódio aconteceu durante um plantão no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019, quando ele atendeu a um casal surdo que há dias tentava, sem sucesso, explicar sua dor em um pronto-socorro.

"Eu lembro da cena deles entrando no consultório e tentando já fazer sons. Eu falei: 'Calma, eu consigo entender um pouquinho, pode sentar' [em libras]. Eu lembro do olho deles ficando assim, ó [esbugalhados de surpresa]".

Ele conseguiu diagnosticar e tratar os pacientes, algo simples, mas que se tornou um grande alívio para eles. "O básico tornou-se algo extraordinário", disse.

O vídeo desse atendimento foi gravado por um colega e, ao ser postado, repercutiu em todo o Brasil. Segundo Fred, a repercussão foi positiva e incentivou outras pessoas da área da saúde a aprenderem Libras.

Fred contou que aprendeu Libras ainda na igreja, por conviver com pessoas surdas e acompanhar cultos com intérpretes. Mais tarde, optou por cursar uma disciplina eletiva de Libras na faculdade de medicina.

"Eu queria realmente agregar, queria aprender um pouco mais. E é isso que eu falo: eu não sou fluente em Libras, mas eu faço um atendimento médico em Libras", explicou.

'Me entendi como pessoa preta aos 7 anos'

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Fred Nicácio falou sobre o momento em que se entendeu como uma pessoa preta. Aos sete anos, seu pai, um militar, fazia questão de ensinar a ele e aos irmãos sobre a desigualdade racial. "Ele sentava com a gente e falava assim: 'Vocês são pretos, não vão ser tratados iguais ao filho de fulano lá da igreja', que era uma igreja rica."

Esses ensinamentos ajudaram Fred a identificar o racismo desde cedo. "E quando você detecta o racismo, você entende: 'tá, eu sou preto'", disse ele.

'UPM foi rebaixada injustamente'

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Fred Nicácio encarou uma verdadeira maratona no Carnaval de 2025: ele desfilou por três escolas. Em uma delas, a Unidos de Padre Miguel, teve destaque em um dos carros alegóricos como Ayrá, divindade ligada a Xangô. O médico criticou a apuração do desfile que levou a escola de volta para a Série Ouro e a penalização por 'excesso de termos em iorubá', afirmando que a escola foi "rebaixada injustamente".

"[A UPM] chegou agora ao Grupo Especial. Eles fizeram um desfile espetacular, um exemplo de desfile rico, contando a história do primeiro terreiro de candomblé do Brasil, lá na Bahia, contando a história da matriarca Iyá Nassô. Então assim, como contar a história do primeiro terreiro de candomblé sem usar palavras de Iorubá?", explicou.

'Acessíveis' no UOL

Toda terça, MariMoon e Titi Müller recebem convidados para um papo que vai de histórias de bastidores ao apocalipse climático, passando por tópicos como maternidade, redes sociais, relacionamento e cultura pop. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista ao episódio completo com Fred Nicácio:

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