Brasil impulsionará mercado de itens de luxo, dizem executivos
PARIS (Reuters) - Antes um país associado às favelas, o Brasil está no caminho de se tornar um novo motor de crescimento para o setor de produtos de luxo, afirmaram executivos no Reuters Luxury and Fashion Summit nesta semana.
As vendas de mercadorias de luxo no país ainda são pequenas em relação a outros mercados emergentes como China, Rússia e Oriente Médio, mas estão crescendo muito mais rápido que o esperado.
Muitos grupos que vendem itens luxuosos contiveram por um longo tempo as apostas em grandes negócios no país, dissuadidos pelas altos impostos sobre as importações do Brasil, pela complexa burocracia e pela falta de espaço no varejo.
Mas durante os últimos anos, Gucci, Chanel, Burberry, Christian Louboutin e outros grandes nomes abriram lojas no Brasil, fisgadas por novos shoppings luxuosos construídos por grupos como a Iguatemi Empresa de Shopping Centers e pelo aumento do poder aquisitivo da classe média do país.
O número de indivíduos com renda muito alta no Brasil também subiu exponencialmente. Em 2010, o Brasil somou 30 bilionários, aumento de 60 por cento frente a 2009, devido ao benefício proporcionado pelos maiores preços das commodities e por uma moeda mais forte, segundo a Forbes.
A loja Diane von Furstenberg, aberta há dois anos no shopping Iguatemi, de São Paulo, posiciona-se como a segunda maior da grife em vendas, ficando atrás apenas da loja de Nova York, afirmou a estilista esta semana.
"Eu não esperava isso", disse Furstenberg durante o Luxury and Fashion Summit em Paris.
A marca Hermès afirmou que suas vendas estão crescendo rapidamente em sua loja no shopping Cidade Jardim, em São Paulo. A loja foi aberta há dois anos, após muitas tentativas malsucedidas de atrair parceiros.
Como sinal de que o país está no radar do mundo do luxo, o jornal International Herald Tribune sediará seu encontro anual sobre mercado de luxo em São Paulo, em novembro.
"A evolução do Brasil é impressionante", disse Jean-Marc Jacot, presidente-executivo da marca de relógios de luxo Parmigiani, no summit em Paris.
Mas se muitas marcas estão levando o Brasil mais a sério, isso também se deve ao fato de que mais brasileiros estão gastando mais com luxo fora do seu país natal do que faziam antes.
Os gastos de brasileiros em lojas francesas subiram 56 por cento no ano passado e avançaram 53 por cento no primeiro trimestre de 2011, marcando a maior expansão entre todas as nacionalidades, afirmou a Global Blue, provedora de serviços de reembolso de impostos para turistas em um relatório publicado este mês.
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