Biografia alega que Coco Chanel era uma espiã nazista
NOVA YORK (Reuters) - Um novo livro sobre a vida de Coco Chanel publicado nos Estados Unidos na terça-feira tem como objetivo fortalecer os argumentos de que a estilista francesa colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial como uma espiã de codinome "Westminster".
O livro "Sleeping With The Enemy: Coco Chanel's Secret War" (Dormindo Com o Inimigo: a guerra secreta de Coco Chanel) do jornalista norte-americano Han Vaughan, que trabalha em Paris, alega não apenas que a estilista foi amante do oficial alemão Hans Gunther von Dincklage, história que já foi muito documentada, mas que os dois eram espiões que viajavam para missões em Madri e Berlim.
O livro também defende que Chanel era profundamente antisemita.
"Vaughn revela que Chanel era mais do que uma simpatizante e colaboradora nazista. Ela era um agente nazista oficial trabalhando para Abwehr, a agência de inteligência militar da Alemanha", disse a editora Alfred A. Knopf em comunicado.
Mas uma representante da grife Chanel expressou dúvidas na terça-feira sobre as alegações contidas no livro.
"O que é certo é que ela tinha um relacionamento com um aristocrata alemão durante a guerra. Claramente não foi o melhor período para se viver uma história de amor com um alemão, mesmo se Baron von Dincklage era inglês por parte de mãe e ela (Chanel) o conhecia desde antes da guerra", disse o grupo Chanel em comunicado.
A grife também contestou a alegação de que a estilista era antisemita, dizendo que Chanel não teria tido amigos judeus ou ligações com a família Rothschild se fosse.
Mas o livro se fundamenta em arquivos ingleses, britânicos, alemães e norte-americanos para afirmar que Chanel, cujo estilo inspirado na moda masculina a impulsionou para se tornar uma das figuras mais influentes da moda, participou de missões com Dincklage e outros para ajudar a recrutar novos agentes dispostos a servir à Alemanha.
O livro afirma que o número dela de agente de Abwehr era F-7124 e o codinome era "Westminster", inspirado no duque de Westminster com quem ela teve um caso. Ela morreu em Paris em 1971, aos 87 anos.
Chanel tem sido alvo de especulações sobre o fato de ter sido uma espiã, mas foi libertada depois de ser interrogada sobre seus laços com a Alemanha nazista por um juiz na França. O livro publica alguns trechos de seu depoimento no tribunal.
(Reportagem de Christine Kearney e Leigh Thomas)
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