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De couro reciclado a tingimentos naturais, indústria da moda tenta limitar danos ambientais

Desfile da Badgley Mischka - Albert Urso/Getty Images/AFP
Desfile da Badgley Mischka Imagem: Albert Urso/Getty Images/AFP

Nova York (EUA)

18/09/2019 20h33

A moda tem objetivo de fazer você se sentir bonito e bem consigo mesmo, e agora a indústria fashion está finalmente adotando medidas para criar o mesmo efeito no planeta.

A indústria da moda é uma das mais prejudiciais do mundo, sendo responsável por cerca de 10% de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa, de acordo com a Oxfam.

Algumas marcas estão tentando cortar desperdícios e ser mais sustentáveis, como a Badgley Mischka, que está alterando o processo de produção de seus itens.

"É um negócio diferente do que era, até mesmo há cinco anos. As fábricas que usamos são fábricas de produção sem desperdícios, onde tudo é reciclado", disse o designer Mark Badgley.

A Studio 189 apresentou em Nova York na semana passada sua coleção de roupas tingidas naturalmente, com inspirações africanas, e produzidas em colaboração com comunidades de Gana.

"Precisamos ter esta conversa na indústria da moda mais do que qualquer outra coisa", disse a atriz Rosario Dawson, cofundadora da empresa, junto com Abrima Erwiah, ex-executiva da Bottega Veneta. A empresa tenta criar empregos e apoiar educação em parceria com a Iniciativa de Moda Ética das Nações Unidas.

A fabricante de automóveis Hyundai se juntou à marca Zero + Maria Cornejo na Semana de Moda da Nova York para uma coleção que usou restos de couro dos carros da companhia.

Cornejo afirmou que o objetivo é mostrar como as sobras de pequenas e grandes empresas podem ser usadas.

"Não precisa ser descartado. Pode encontrar uma nova vida. É sobre recriar, reimaginar, reciclar. É basicamente sobre ser criativo com coisas que normalmente seriam descartadas", disse.

Em torno de 97% nas roupas são terceirizadas para produção em países pobres, onde donos de fábrica competem nos preços, levando ao descarte de roupas em aterros e ao escoamento químico perigoso de fábricas, de acordo com Andrew Morgan, diretor do documentário "The True Cost", de 2015.

(Reportagem de Alicia Powell e Roselle Chen)