Ocidente apela para que Arábia Saudita liberte ativistas mulheres de prisões
Dezenas de países ocidentais expressaram hoje a preocupação com a manutenção de mulheres ativistas em prisões da Arábia Saudita e pediram que os responsáveis pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi enfrentem a Justiça.
Ao menos uma dúzia de proeminentes mulheres ativistas foram presas em 2018 na Arábia Saudita, que suspendeu a proibição de mulheres dirigirem veículos, uma medida que muitas das detidas reivindicavam há tempos.
As ativistas foram detidas em meio a uma repressão mais ampla à dissidência.
Várias delas dizem sofrer tortura e agressão sexual na detenção, acusações que autoridades sauditas negam.
Falando em nome da UE (União Europeia) no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a Alemanha mencionou as "detenções prolongadas de mulheres defensoras dos direitos humanos" na Arábia Saudita, entre elas Loujain al-Hathloul.
O embaixador da Dinamarca na ONU em Genebra, Morten Jespersen, leu um comunicado conjunto em nome de 29 países — entre eles a Austrália, o Reino Unido e o Canadá — que pede ao reino para "libertar todos os detidos políticos" e manifesta preocupação com a detenção de "ao menos cinco mulheres ativistas".
Entre elas estão Al-Hathloul, Nouf Abdelaziz, Samar Badawi, Nassima Al-Sadah, Mohammed Al-Bajadi, e Miyaa Al-Zahrani, disse o ISHR (Serviço Internacional dos Direitos Humanos), em um comunicado.
"A libertação imediata e incondicional das ativistas de direitos das mulheres e defensoras dos direitos humanos seria uma prova de fogo da vontade política do governo saudita para melhorar a situação dos direitos humanos", disse Salma El Hosseiny, do ISHR.
Caso Jamal Khashoggi
As nações ocidentais também criticaram a maneira como Riad — capital da Arábia Saudita — tratou o caso Khashoggi.
"Enfatizamos a necessidade de responsabilização total e de um processo transparente dos envolvidos no assassinato de Jamal Khashoggi", disse o embaixador alemão, Michael Freiherr von Ungern-Sternberg.
Neste mês, um tribunal saudita prendeu oito pessoas por períodos de sete a 20 anos devido ao assassinato do jornalista em 2018 no consulado do país em Istambul, na Turquia.
O julgamento rendeu críticas de um investigador da ONU e de ativistas de direitos humanos, que disseram que os mentores do crime continuam soltos.
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