Livro revela influência de Brigitte Macron, mulher do presidente francês
Em seu livro "Madame la Présidente", que acaba de chegar às livrarias francesas, as jornalistas do diário francês Le Parisien, Nathalie Schuck e Ava Djamshidi revelam a influência que a primeira-dama francesa exerce sobre o presidente Emmanuel Macron e suas decisões
Antes mesmo de tomar posse em 2017, o presidente Emmanuel Macron, então com 39 anos, já havia deixado claro: sua mulher, Brigitte, teria um papel essencial no palácio do Eliseu e em suas decisões. Vinte meses mais tarde, o "aviso" de Macron retrata perfeitamente a realidade. Brigitte, que está longe de exercer uma função "decorativa", é a principal conselheira do chefe de Estado.
Sua chegada ao palácio do Eliseu despertou curiosidade por conta da diferença de idade e das circunstâncias em que os dois se conheceram: Brigitte é 24 anos mais velha do que Macron. Ela lecionava na escola onde ele estudava em Amiens, no norte do país, e ambos se conheceram quando ele tinha 15 anos. Contra tudo e todos, os dois se mantiveram juntos e Brigitte foi uma das articuladoras da candidatura de Macron às eleições presidenciais, em 2017.
Segundo as autoras do livro, Brigitte participa diretamente de algumas escolhas feitas por Macron, inclusive de ministros. Foi o caso do dono da pasta da Educação, Jean-Michel Blanquer, sugerido pela primeira-dama antes mesmo de Macron apresentar oficialmente sua candidatura às eleições presidenciais.
Ela também teria dito ao presidente francês que não recebesse o ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, depois que ele pediu demissão, no ano passado. A primeira-dama teria considerado a saída de Hulot, um dos ministros mais populares do governo de Macron, "lamentável", descrevem as jornalistas. As autoras do livro também explicam que Brigitte Macron se envolve em questões estratégicas, como o plano de luta contra a pobreza. Foi ela também que estimulou seu marido a falar mais em público para acabar com a imagem de "presidente dos ricos" e explicar sua política. "Ele tem que falar", teria dito Brigitte. "Os franceses não o entendem", declarou.
"Conselheiros sonham com sua morte"
A presença constante de Brigitte ao lado de Macron parece irritar alguns dos conselheiros do chefe de Estado. Uma pessoa próxima do casal chegou a declarar que alguns dos colaboradores do presidente "sonham com sua morte". Sem rancores, até porque ela tem a estima de quase todos os ministros, mas consciente da antipatia que desperta entre algumas pessoas próximas do marido, ela é a primeira a sugerir a Macron que "deixe seus colaboradores descansarem", apesar dele ter uma tendência a "explorar" seus assessores, revelam as jornalistas.
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