Mulheres ganham 16% a menos do que homens na União Europeia
Mulheres na União Europeia ainda ganham em média 16% a menos do que os homens. Apesar das conquistas femininas, a desigualdade salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho é, dependendo do país, bem marcante. Nos últimos anos, os avanços foram pequenos.
Um homem pode ganhar até 25% a mais do que uma mulher, ambos desempenhando a mesma função, na Alemanha, Reino Unido, República Tcheca e Estônia. Esta segunda-feira (4), Dia Europeu da Igualdade Salarial, assinala simbolicamente o dia que as mulheres deixam de ser remuneradas pelo seu trabalho em comparação com os seus colegas masculinos.
A nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que assume em 1º de Dezembro, deve apresentar medidas para que haja uma transparência salarial vinculativa nos primeiros cem dias de seu mandato. Recentemente, o executivo europeu lembrou que o princípio de igualdade salarial foi inscrito nos Tratados europeus há 60 anos, "no entanto, mulheres em toda a Europa continuam sem ver essa legislação refletida na realidade de suas vidas cotidianas".
Segundo a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, as europeias continuam a trabalhar gratuitamente durante dois meses em comparação aos seus colegas e os progressos nesse domínio são muito lentos.
Em resumo, apesar da igualdade de gênero ser um dos valores fundamentais do bloco, na prática, o reconhecimento dos direitos das mulheres é demorado, longe do ritmo veloz do século XXI. Na outra ponta, estão os países escandinavos - Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega - que foram os pioneiros em implementar medidas para coibir a desigualdade salarial entre gêneros.
Em março passado, o Banco Mundial divulgou um relatório apontando que os suecos e dinamarqueses são os povos que mais oferecem direitos iguais para homens e mulheres. A França foi o país europeu que mais avançou na última década ao implementar uma lei para punir a violência doméstica, criar penalidades para o assédio sexual no local do trabalho e introduzir a licença paternidade remunerada -que existe desde os anos 70, na Suécia.
Brasil ocupa 71ª posição
Se o ritmo de evolução se mantiver, a igualdade de direitos entre homens e mulheres só vai conseguir ser atingida em 2073. O Brasil ocupa a 71ª posição, ao lado de Montenegro, Tajisquistão e Vietnã. Um estudo recente divulgado pelo IBGE mostrou que no Brasil a desigualdade salarial entre homens e mulheres é maior na faixa dos 40 anos. A maternidade é outro fator que pesa para as mulheres no mercado de trabalho. Em geral, os rendimentos das brasileiras que têm filhos, são em média 35% menores do que as mulheres que não têm. Esta comparação diz respeito, principalmente, às famílias que não podem arcar com despesas de creches e babás.
Nove em cada dez europeus - mulheres e homens - consideram inaceitável que as mulheres tenham um salário inferior ao dos homens para o mesmo cargo. Discriminação, maternidade, trabalho em tempo parcial, cuidado a familiares dependentes ou idosos são fatores que contribui para o aumento da disparidade salarial das mulheres.
Certamente estas diferenças vão refletir, mais tarde, em suas pensões de aposentadoria devido às baixas contribuições para segurança social em vários países do bloco. É o que acontece, por exemplo, na Romênia, Chipre, Alemanha, Holanda e Áustria, onde as mulheres correm o risco de pobreza ou exclusão social na velhice.
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